Na opinião de Leite, as plataformas digitais introduziram um novo perigo à democracia, permitindo que líderes políticos sejam influenciados por uma opinião pública distorcida gerada por algoritmos ou ações planejadas por grupos específicos. Ele destacou que os agentes políticos não devem pautar decisões pelo termômetro das redes, enfatizando a importância de embasar políticas públicas em estudos e dados.
Durante o encontro, Leite mencionou um caso de um senador que admitiu ter mudado o voto para a Presidência do Senado com base em uma enquete nas redes sociais em 2019. Em tom crítico, ele sugeriu a implementação de um sistema eletrônico se essa abordagem prevalecer, argumentando que os parlamentares, remunerados para tomar decisões fundamentadas, não deveriam ser influenciados dessa forma.
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e da Paraíba, João Azevedo (PSB), também compartilharam as preocupações de Leite. Fonteles reconheceu os desafios trazidos pelo avanço tecnológico à democracia, mas ressaltou que a transformação possibilitou a implementação de mecanismos de participação popular no orçamento dos Estados de forma mais eficaz.
Além das plataformas digitais, os governadores discutiram o uso da Inteligência Artificial (IA). Eles concordaram que a tecnologia já é uma realidade e que vai transformar o mundo nos próximos anos. No entanto, Azevedo destacou que o uso da IA ainda gera incertezas, e que é importante compreender aonde isso vai nos levar.
Também foi abordada a preocupação com as mudanças no mundo do trabalho devido à IA. Segundo Fonteles e Leite, o avanço da eficiência da IA implica na substituição de trabalhadores, gerando ansiedade na população. Leite enfatizou que é necessário procurar soluções e não culpados para essa questão.
Os governadores demonstraram estar atentos aos desafios trazidos pelo avanço tecnológico e à necessidade de reflexão sobre o impacto social e político dessas transformações.