DIREITOS HUMANOS – Professora de Maricá recorre à fertilização in vitro para formar família homoafetiva e comemorar Dia das Mães; método viabiliza sonho.

A história de Marcele Cristina Dias Pereira, professora da rede pública de Maricá, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, é um exemplo de superação e amor incondicional. Marcele trabalhava em uma comunidade carente quando uma mãe que estava lutando contra o câncer entregou seu filho de 2 anos para ela cuidar. O gesto desesperado da mãe foi o pontapé inicial para uma jornada que mudaria a vida de Marcele para sempre.

Em uma entrevista exclusiva à imprensa, Marcele relembrou os desafios e as incertezas que enfrentou ao se ver cuidando de uma criança tão pequena. Apesar de ter desistido da ideia de ter filhos após descobrir sua orientação sexual, a experiência marcante com o pequeno garoto fez com que Marcele e sua esposa, Renata, repensassem essa decisão. Sem conhecer muito sobre métodos de reprodução assistida, elas se depararam com uma oportunidade única em uma clínica de fertilização in vitro que oferecia consulta gratuita no Dia das Mães.

A partir desse momento, Marcele e Renata embarcaram em uma jornada emocionante, realizando o sonho de ter um filho biológico. O resultado desse processo foi Théo, um garoto de 9 anos que trouxe muita alegria para a vida do casal. Mesmo com o fim do relacionamento entre Marcele e Renata, o carinho e o respeito mútuo prevalecem, mantendo uma relação de amizade e a guarda compartilhada do filho.

A história de Marcele e Renata reflete a mudança de paradigmas e a conquista de direitos por parte da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Com o reconhecimento da união estável homoafetiva como entidade familiar pelo Supremo Tribunal Federal em 2011, casais do mesmo sexo passaram a ter acesso aos mesmos direitos reprodutivos que casais heterossexuais. A reprodução assistida se tornou uma realidade para muitos casais homoafetivos, possibilitando a formação de famílias diversificadas e amorosas.

A diretora médica da Clínica Fertipraxis Centro de Reprodução Humana, Maria do Carmo Borges, ressaltou a importância da divulgação dos métodos de reprodução assistida para combater o preconceito e garantir que todas as famílias sejam reconhecidas como são – famílias. A busca por tratamentos de reprodução assistida por casais homoafetivos é expressiva, representando entre 25% e 30% dos atendimentos na clínica.

Dentre os métodos disponíveis para casais formados por mulheres, destaca-se a inseminação intrauterina, a fertilização in vitro e o útero de substituição, conhecido como barriga solidária. Essas técnicas permitem que mulheres lésbicas realizem o sonho da maternidade biológica, escolhendo qual delas gestará o filho ou recorrendo a uma terceira mulher para o processo.

No Brasil, ainda há restrições quanto ao aluguel do ventre para geração de filhos, o que leva alguns casais homoafetivos masculinos a buscar essa alternativa no exterior. No entanto, a legislação brasileira permite a barriga solidária dentro do círculo familiar, tornando mais acessível a realização do desejo de serem pais.

A história de Marcele e Renata é um exemplo inspirador de amor, respeito e superação, representando a luta e as conquistas da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Por meio da reprodução assistida, esses casais têm a oportunidade de formar famílias felizes e completas, celebrando o Dia das Mães com todo o amor e a união que essa data representa.

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