Quando saiu de casa, acompanhada de sua bisneta, Ágatha Sofia, de apenas nove meses, Maria Vilma dos Santos, de 59 anos, foi em busca dos serviços de prevenção de doenças e promoção da saúde do Programa Vida Nova nas Grotas, realizado pelo Governo do Estado, em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU Habitat). As ações, promovidas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), levaram conhecimento e possibilitaram aos moradores, que residem na Grota do Padre, localizada no Bom Parto, em Maceió, o acesso a diversos serviços que têm como propósito de evitar enfermidades.
“Faz dez anos que eu não tomo nenhum tipo de vacina e, como não tenho tempo de ir ao médico, pois trabalho bastante dentro de casa, cuidando de um monte de gente, esse serviço só veio beneficiar e, muito, a vida dos moradores”, disse Maria Vilma dos Santos. Assim como a dona de casa, dezenas de pessoas se submeteram a verificação da pressão arterial, teste de glicemia, a palestras sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), cuidados com a saúde bucal, assim como o acesso a vacinas de hepatite A e C, doença meningocócica, penta valente, VIP, VOLP, tetra e tríplice viral.
A dona de casa Lusinete da Silva, de 60 anos, realizou testes rápido de HIV, sífilis e hepatite B, além de glicemia. Ela disse que o medo de agulha a faz desistir de ir ao médico e, por isso, aproveitou a passagem pelo local para fazer o atendimento. “A moça teve um cuidado comigo e disse que não doía nada. E, de fato, não doeu mesmo. É importante que os profissionais aproveitem e dediquem um tempo para atender a população gratuitamente, pois nem todos têm tempo ou dinheiro para acompanhar a saúde sempre. Eu, por exemplo, não consigo muitas vezes fazer um teste de pressão, devido à correria que é a minha vida”, disse ela, ao receber preservativos masculinos e femininos. O procedimento levou em torno de 30 a 40 minutos, incluindo-se o tempo de aconselhamento, que acompanhou a entrega do resultado.
Por meio de um insetário, a equipe da Sesau mostrou toda a evolução do Aedes aegypti, desde o ovo, larva até a pulpa. Além disso, os moradores receberam soluções de hipoclorito de sódio, a fim de purificar a água para consumo e uso humano, visando reduzir as chances de contaminação por vírus, parasitas e bactérias causadores de diarreia, hepatite A, cólera e rotavírus.
Foi o caso do aposentado Pedro Francisco da Silva, de 76 anos, que ficou impressionado com o desenvolvimento do vetor da dengue, zika e chikungunya. “É a primeira vez que vejo o mosquito assim, em forma aumentada. A maior parte dos focos está nas casas; assim as medidas preventivas envolvem o nosso quintal e também dos vizinhos. Com as explicações que recebi aqui, vai ser simples e rápido combater o mosquito”, disse.
A população também recebeu dicas importantes de como evitar hábitos que possam prejudicar a saúde da boca, como fumar, ingerir bebidas alcóolicas, abrir garrafas ou cortar objetos com os dentes. Já para as crianças, os pais aprenderam que hábitos como chupar o dedo, usar chupeta e tomar mamadeira com açúcar são prejudiciais para a saúde dos pequenos. Além disso, descobriram que o fumo e o álcool são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de boca.
Ascom – 10/05/2018
