STF forma maioria para manter pensão vitalícia a ex-governadores e dependentes apesar de ser considerado “privilégio” inconstitucional.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria, manter o pagamento de pensão vitalícia a ex-governadores e seus dependentes em diversos estados brasileiros. A decisão veio após a rejeição de uma ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que pedia a derrubada do benefício nos estados do Acre, Amazonas, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe.

Apesar de o STF já ter decidido, em setembro de 2020, que a pensão aos governadores é inconstitucional, por criar um ônus sem justificativa aos cofres públicos e violar princípios republicanos, os ministros agora decidiram que as pensões já concedidas não podem ser revistas. Isso significa que os governadores que já recebem a pensão devem continuar a receber o benefício, mas aqueles que deixarem o cargo no futuro não terão mais direito ao pagamento.

A maioria dos ministros seguiu o voto do ministro Gilmar Mendes, decano do tribunal, que argumentou que as pensões aos ex-governadores foram autorizadas quando as leis que as regiam ainda eram consideradas válidas. Para Mendes, o princípio da segurança jurídica deve nortear a aplicação da declaração de inconstitucionalidade a casos concretos.

Dias Toffoli, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Nunes Marques acompanharam o voto de Mendes, defendendo a preservação da estabilidade das situações jurídicas constituídas sob a aparente legitimidade das leis que regiam as pensões.

No entanto, a ministra Cármen Lúcia, relatora do processo, defendeu que os governadores não devem “receber do povo pagamento por trabalho que já não prestam”, argumentando que garantir a percepção de verba mensal a ex-governadores, viúvas e/ou filhos menores configura condição privilegiada e injustificada. Luiz Fux concordou com o voto de Lúcia.

O julgamento está em curso no plenário virtual do STF, onde os votos são registrados em uma plataforma online, sem que os ministros debatam o processo em reunião presencial ou por videoconferência. Com essa decisão, a questão das pensões vitalícias a ex-governadores continua a gerar debate e discussões sobre os privilégios e benefícios concedidos a ex-agentes políticos.

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