A convocação de Rodrigues atende a requerimentos apresentados por alguns membros da CPMI, como a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Ana Paula Lobato (PSB-MA), e os deputados federais Carlos Sampaio (PSDB-SP), Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Rogério Correia (PT-MG), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Delegado Ramagem (PL-RJ).
De acordo com o senador Izalci, durante seu depoimento no Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal, Rodrigues afirmou ter recebido a bomba em um acampamento localizado em frente ao Quartel-General do Exército. Além disso, ele teria confirmado a participação de George Washington de Oliveira, fornecedor do artefato, e do jornalista Wellington Macedo de Souza, que teria auxiliado Rodrigues a levar a bomba até o aeroporto.
A senadora Ana Paula argumenta que os atos golpistas e de vandalismo de 8 de janeiro foram o desfecho trágico de uma jornada que teve início muito antes. Segundo ela, a escalada golpista teve vários capítulos, sendo um dos mais marcantes a tentativa de atentado com bomba ocorrida em dezembro de 2022. O Ministério Público apontou que Rodrigues esteve presente nas manifestações que contestavam o resultado das eleições, em frente ao Quartel do Exército em Brasília, com o objetivo de cometer infrações penais que pudessem causar comoção social e levar à intervenção militar e decretação de Estado de Sítio.
O senador Kajuru ressaltou que o atentado poderia ter causado a perda de muitas vidas, já que o carro-bomba estava localizado próximo a um posto de gasolina, a concessionárias de veículos e em uma pista de intenso tráfego. Além disso, o funcionamento do único aeroporto da capital poderia ter sido interrompido.
O deputado Duarte Jr. destacou que Rodrigues foi candidato a vereador na cidade de Comodoro (MT), mas não conseguiu se eleger. Ele possui diversos registros em redes sociais participando de manifestações contra o resultado das eleições e ao lado de lideranças políticas bolsonaristas.
A CPMI é presidida pelo deputado federal Arthur Maia (União-BA) e deve continuar realizando diligências e ouvindo depoimentos para esclarecer os detalhes dos atos ocorridos em 8 de janeiro.