Tensões entre Brasil e EUA: Sanções contra participantes do Mais Médicos geram repercussão
O clima entre Brasil e Estados Unidos se intensificou após o anúncio da revogação de vistos de dois profissionais brasileiros envolvidos no programa Mais Médicos. Alexandre Padilha, o atual Ministro da Saúde do Brasil, não hesitou em classificar essa sanção como “absurda” e acusou o presidente dos EUA, Donald Trump, de ser um “inimigo da saúde”.
Durante a inauguração de uma nova fase da fábrica de hemoderivados da Hemobrás, em Pernambuco, Padilha fez um discurso contundente, destacando que as ações de Trump em relação à saúde global são alarmantes, citando cortes significativos de recursos destinados à produção de vacinas nos EUA. “Estamos enfrentando não só o tarifaço, mas também a figura do presidente atual dos EUA, que tem atacado a saúde mundial incessantemente”, declarou. Para ele, a condução de políticas negacionistas por parte do governo norte-americano tem incentivado a perseguição a pesquisadores e profissionais de saúde no país.
Os alvos da sanção foram Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde. O governo americano justificou a revogação dos vistos alegando a suposta cumplicidade dos profissionais na implementação de um programa relacionado a Cuba, que segundo eles, seria associado a trabalho forçado. “O último ataque do governo Trump à saúde foi essa sanção absurda contra dois brasileiros que dedicaram suas vidas a um programa que salvou inúmeras vidas”, enfatizou Padilha.
Sobre o impacto positivo do programa Mais Médicos, o Ministro se mostrou orgulhoso e ressaltou a contribuição dos profissionais ao sistema de saúde brasileiro, com mais de 28 mil trabalhadores envolvidos, sendo a maioria brasileiros. Ele também destacou que a iniciativa não apenas supriu carências de atendimento, mas possibilitou a formação de novos médicos no Brasil.
Após a revogação dos vistos, Mozart Sales reafirmou a importância do Mais Médicos em suas redes sociais, chamando a iniciativa de “primordial” para o atendimento a milhões de brasileiros. Segundo ele, o programa foi uma solução eficaz em saúde pública, promovendo a colaboração internacional e reduzindo o sofrimento de diversas comunidades.
Essas recentes tensões diplomáticas demonstram como questões de saúde pública podem criar cenários de conflito e desentendimento entre nações, levando a repercussões que vão além da política e afetam diretamente as vidas de pessoas que dependem de programas como o Mais Médicos.
