O texto foi proposto pela corrente “Construindo um novo Brasil”, mesma tendência de Lula e majoritária no partido. Porém, os dirigentes do PT ainda discutem possíveis mudanças no texto antes de sua divulgação oficial. Internamente, há discussões para retirar o termo “austerício fiscal” para evitar desgastar Haddad, assim como as críticas ao Centrão, a fim de evitar atritos com o Congresso.
Dentre os principais pontos do documento, destacam-se as críticas ao Centrão, com a afirmação de que o campo político do PT permanece minoritário no Congresso Nacional e que as forças conservadoras e fisiológicas desse grupo exercem influência desmedida sobre o Legislativo e o Executivo, atrasando e constrangendo a agenda política vitoriosa na eleição presidencial. O partido também defende a necessidade de uma mobilização política para alterar a correlação de forças e a disputa política cotidiana.
Além disso, o PT se posiciona contra a pressão por arrocho fiscal em um cenário de crescimento econômico, afirmando que o país precisa se libertar da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal. O documento também critica a política de juros contracionista e traz uma posição firme em relação aos atos antidemocráticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, defendendo a responsabilização e punição “de maneira firme e pedagógica”.
A resolução política aprovada pelo PT reflete a posição do partido em relação a temas sensíveis como a relação com o Centrão, a política fiscal e a atuação do Banco Central, demonstrando a postura e as diretrizes que o partido pretende adotar em suas ações políticas a partir de agora. Essa posição pode gerar repercussões no cenário político nacional e no relacionamento do PT com outros partidos e agentes do governo.