Projeto de lei propõe que lojas avisem sobre proibição de exigir dados pessoais dos clientes sem explicação sobre seu uso

Projeto de lei propõe obrigatoriedade de avisos sobre proibição de exigência de dados pessoais pelos estabelecimentos comerciais

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) apresentou um projeto de lei que pode obrigar as lojas a afixarem um aviso sobre a proibição de exigir dados pessoais dos clientes, sem explicação sobre como esses dados serão utilizados. O PL 4.530/2023, que ainda não tem um relator designado, tramita na Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado.

Coronel justifica a proposta com a necessidade de coibir abusos por parte das empresas na utilização de dados pessoais dos consumidores. Ele cita casos de drogarias e farmácias que teriam compartilhado ilegalmente informações dos clientes com programas de fidelização, oferecendo pontos e promoções. Para o senador, a medida diminuirá essa prática.

Segundo o projeto, os estabelecimentos comerciais e de serviços terão que informar adequadamente ao consumidor o que farão com os dados fornecidos por ele, onde manterão e com quem compartilharão essas informações. A proposta inclui ainda a determinação para que esses avisos sejam de fácil leitura e visualização, em conformidade com o Código do Consumidor (Lei 8.078/1990).

A proposta é alinhada com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD — Lei 13.709/2018), que já exige que o tratamento de dados seja feito com o consentimento da pessoa. O projeto de Coronel também inclui essa proteção no Código do Consumidor, vedando os comerciantes de exigirem o dado no ato da compra sem o devido esclarecimento.

Além disso, o projeto prevê um aumento na multa aplicada aos infratores das normas da LGPD. A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) poderá multar em até R$ 100 milhões, por infração, a empresa ou agente de tratamento violador da norma, o dobro do valor atualmente previsto.

No entanto, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) apresentou uma emenda para suprimir essa alteração na multa, argumentando que o aumento é desproporcional e quase inviabilizaria as empresas.

O projeto ainda precisa tramitar na Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD) antes de receber a decisão final no Senado. Se aprovado, a proteção e o tratamento adequado de dados pessoais passarão a ser direitos do consumidor.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo