INTERNACIONAL – Haddad Destaca Dificuldades nas Negociações com EUA e Acusa Família Bolsonaro de Impedir Avanços Comerciais

Em um recente pronunciamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abordou a situação do comércio entre Brasil e Estados Unidos, destacando uma preocupação palpável em relação à aplicação de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. Haddad ressaltou que o Brasil continua empenhado em manter um diálogo aberto com as autoridades americanas, mas as negociações enfrentam um obstáculo considerável. Segundo ele, os Estados Unidos tentam impor “uma solução constitucionalmente impossível” que interferiria nas competências do Poder Judiciário brasileiro.

O ministro explanou que a dificuldade reside na interpretação que os Estados Unidos têm da realidade brasileira. Em sua visão, essa falta de compreensão resulta em um impasse, uma vez que as exigências americanas não podem ser atendidas sem violar a Constituição. Durante sua fala, Haddad também mencionou que o comércio bilateral diminuiu drasticamente nas últimas décadas, representando hoje apenas 12% das exportações brasileiras, uma queda significativa em relação a 25% na década de 1980. Ele expressou preocupação com a possibilidade de que esse número continue a cair.

Haddad estava presente no evento FT Climate & Impact Summit Latin America e Brasil 2030, onde discutiu a atual situação econômica e as relações comerciais. Em uma entrevista à mídia, o ministro revelou que o recente cancelamento de uma reunião com Scott Bessent, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, foi influenciado por figuras da extrema direita brasileira, o que ele julgou como um fator inesperado. Em seu relato, ressaltou que uma reunião anterior entre ele e Bessent foi bastante produtiva, e estranhou que a nova reunião tenha sido cancelada, especialmente na mesma data em que Bessent se encontrou com um opositor político.

Além disso, Haddad mencionou que a família do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria atuando para minar as negociações comerciais. Em resposta aos desafios impostos pela tarifa de 50%, o governo brasileiro está preparando um plano de contingência de R$ 30 bilhões, a ser disponibilizado via uma medida provisória. O objetivo, segundo ele, é proteger o setor produtivo nacional das consequências adversas da situação.

Sobre a regulamentação desse plano, Haddad afirmou que a proposta está “bem calibrada” e não vê necessidade de ampliação, a menos que a situação evolua de forma desfavorável. Ele argumentou que a atual postura dos Estados Unidos reflete uma mudança nas regras da globalização, iniciada sob a administração Trump, uma reação ao crescimento exponencial da China e os desafios que esse fenômeno trouxe aos interesses americanos. A visão do ministro é de que os EUA, após colher benefícios da globalização, estão agora reavaliando sua estratégia para evitar que outros países, especialmente a China, ganhem vantagem excessiva.

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