INTERNACIONAL – Governo da Guiana contesta anexação de Essequibo pela Venezuela em afronta ao direito internacional e acende relações na América Latina.

O governo da Guiana emitiu uma nota oficial para contestar a lei promulgada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que determina a anexação de Essequibo, território reivindicado pela Venezuela, mas que é soberano da Guiana. A região de Essequibo é rica em recursos naturais, como petróleo e gás, e representa 75% do atual território da Guiana, com 160 mil quilômetros quadrados.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Guiana, a ação da Venezuela de tentar anexar parte do território guianense viola os princípios do direito internacional consagrados na Carta das Nações Unidas e na Carta da Organização dos Estados Americanos. Além disso, a nota ressalta que a lei venezuelana vai contra a Declaração Conjunta de Argyle para o Diálogo e a Paz firmada entre os dois países em 2023.

A lei venezuelana foi aprovada pela Assembleia Nacional com apoio unânime em março deste ano, seguindo um referendo realizado em dezembro de 2023 que reconheceu Essequibo como parte da Venezuela. O governo guianense afirmou que não irá permitir qualquer tentativa de anexação forçada de seu território e ressaltou que a Corte Internacional de Justiça tem jurisdição para decidir o caso, conforme decisões anteriores.

A nota ainda destacou que o compromisso firmado em 1966 no acordo de Genebra, do qual Venezuela e Guiana são partes, estabelece que a Corte Internacional de Justiça tem competência para tomar uma decisão final sobre o caso. O governo da Guiana reiterou a importância de resolver o conflito de forma pacífica, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas.

A tensão entre os dois países mobilizou a mediação do Brasil, que sediou reuniões entre os representantes dos governos da Venezuela e da Guiana em fevereiro deste ano. O Brasil, que reforçou a presença militar em Roraima, estado na fronteira com os dois países, busca evitar qualquer escalada de conflito na região e promover um diálogo pacífico entre as partes envolvidas. A situação continua sendo acompanhada de perto pela comunidade internacional, que busca uma solução diplomática para a disputa territorial.

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