O Projeto “Visão Sistêmica – Eu vejo você” foi lançado nesta sexta-feira (24), pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Alagoas e a 27ª Vara Cível da Capital. A ação visa facilitar a realização de acordos entre partes de processos de família.
Envolvidos em 80 processos judiciais da 27ª Vara assistiram uma palestra e participaram de exercícios mentais antes de serem encaminhados para suas audiências de conciliação, no Centro Judicial de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc Processual) do Fórum da Capital. O juiz Cláudio Lopes, vice-coordenador do Nupemec, explica o objetivo do projeto.
“A visão sistêmica consiste em você olhar para o conflito na sua raiz, deixar as partes observarem a situação em que se encontram, e com isso evitar a recorrência do conflito, com mais processos e recursos”, disse. Outros eventos como o de hoje serão realizados mensalmente, e as pessoas que quiserem poderão solicitar um atendimento individualizado.
A psicóloga Luciana Rocha, responsável pela condução da atividade, ressalta que a Visão Sistêmica foi desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger e hoje já está se popularizando em vários lugares do Brasil e do mundo.
“Trabalhamos com conceitos de conflito, as pessoas aguardam por suas conciliações aqui e vão refletindo. Meditamos, fazemos exercícios sistêmicos para que elas entrem em contato com essa situação de dor e sofrimento, e deem um novo caminho”, detalha a psicóloga.
A ideia é inovadora e deve render bons frutos, avalia o desembargador Tutmés Airan, coordenador-geral do Nupemec. “O processo, eu costumo dizer, na verdade é um retrato três por quatro do conflito. A gente conhece mais o conflito conversando francamente com as pessoas, despido de grandes formalidades, para que as pessoas se deem, se mostrem, e a partir daí a gente possa resolver realmente o conflito e fazer a paz, que é, enfim, a razão da existência do Poder Judiciário”.
Os casos tratam de guarda de filhos, pensão alimentícia e divórcio, informa a juíza Nirvana Coelho de Mello, titular da 27ª Vara. “Eu vejo com muita alegria a nossa Vara ter sido contemplada, porque a visão sistêmica acolhe a conciliação e faz com que as crianças e as partes não sofram, e sigam em paz após uma separação, um divórcio”, comentou a magistrada.
O juiz José Miranda Santos Júnior, coordenador dos Cejusc de Alagoas, também acompanhou o lançamento do projeto.
Ascom – 24/08/2018
