ELEIÇÕES NA RÚSSIA MARCAM DESAPARECIMENTO DE OPOSITORES E FORTALECIMENTO DO PODER DE PUTIN

Nesta semana, o mundo foi surpreendido com a notícia da morte do líder oposicionista russo Alexei Navalny, dentro de um complexo prisional remoto no Ártico. O anúncio veio em meio aos preparativos para a eleição presidencial na Rússia, agendada para os dias 15, 16 e 17 de março. Essa eleição traz peculiaridades, uma delas é que todos os candidatos aprovados estão alinhados ao Kremlin, em diferentes graus, e todos aparecem em listas de sanções internacionais.

O atual presidente, Vladimir Putin, que está no comando desde 2000 (com um breve período como primeiro-ministro), é praticamente certo de garantir mais um mandato de seis anos por uma vasta margem. Essa certeza foi reforçada com a aprovação em 2020 de propostas de mudanças na Constituição que permitem a possibilidade de mais dois mandatos para Putin, contando a partir das eleições de março.

Segundo o secretário de Imprensa, Dmitry Peskov, a agenda apertada do presidente não permitirá a participação em atos com eleitores ou comícios, nem em debates com seus adversários. A certeza de vitória é tamanha que Peskov já indicou algumas das viagens que Putin deve fazer após eleito, incluindo Turquia e Coreia do Norte.

Nos últimos 24 anos, Putin participou de quatro eleições, nunca indo para o segundo turno. A expectativa é que ele supere os 80% dos votos, e autoridades russas prometem levar as urnas para outras regiões ocupadas da Ucrânia, como Donetsk e Luhansk. No entanto, o governo ucraniano afirma que todos os votos depositados serão nulos e promete processar qualquer observador russo ou estrangeiro que estiver presente.

Uma das peculiaridades dessa eleição é a ausência de nomes que representem algum tipo de oposição concreta. Até mesmo a celebridade de reality shows e filha de Anatoly Sobchak, Ksenia Sobchak, que concorreu em 2018, foi vetada. Agora, os candidatos são todos velhos conhecidos do Kremlin.

Pelo Partido Comunista, o candidato é Nikolai Kharitonov, que desde 1994 ocupa um assento na Duma, a Câmara baixa do Parlamento. Pelo Partido Liberal Democrático da Rússia, o candidato é Leonid Slutsky, comandante da comissão de Relações Exteriores da Duma. E pelo Partido Novo Povo, o candidato é Vladislav Davankov.

Portanto, as eleições presidenciais na Rússia estão marcadas por forte alinhamento institucional, ausência de oposição concreta e a expectativa de uma vitória avassaladora do atual presidente Vladimir Putin.

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