EDUCAÇÃO – Ministro da Educação cogita proibir cursos de licenciatura 100% EaD e planeja novas mudanças na formação de professores.

O ministro da Educação, Camilo Santana, revelou nesta terça-feira (5) que o governo federal está considerando proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD) e planeja outras mudanças nos de formação de professores online. Durante uma entrevista coletiva à imprensa, o ministro expressou sua preocupação com a formação dos professores brasileiros, especialmente após a divulgação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Os dados do Pisa 2022 mostraram que menos de 50% dos alunos brasileiros sabem o básico em matemática e ciências, um cenário que tem preocupado as autoridades do país. O ministro ressaltou a importância do programa internacional para o Brasil a longo prazo, enfatizando que o Ministério da Educação está comprometido em garantir a qualidade da educação das crianças e jovens brasileiros. Ele destacou ainda que a avaliação do desempenho educacional analisou as respostas dadas por estudantes de 15 anos de 81 países a questões de matemática, leitura e ciências, além de indicadores contextuais relacionados aos impactos da pandemia de Covid-19 na educação, relação da família com os alunos, professores e estudantes e violências nas escolas.

Em relação aos resultados do Brasil no Pisa 2022, o ministro revelou que o país caiu 5% em matemática em comparação com o Pisa de 2018 e ficou no intervalo entre a 62ª e 68º posição no ranking da OCDE. No entanto, ele ressaltou que o Brasil se manteve estável desde 2009, apesar dos impactos da pandemia. Diante desse cenário, Camilo Santana reconheceu a necessidade de melhorar a educação em matemática e destacou que o MEC está focado no compromisso de ter as crianças alfabetizadas na idade certa como prioridade.

Além disso, o ministro listou uma série de estratégias que estão sendo adotadas pelo governo federal para melhorar a educação brasileira e superar os desafios revelados no Pisa 2022, incluindo o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, escolas em tempo integral, conectividade com fins pedagógicos em todas as escolas da educação básica, qualidade da formação de professores, redução da repetência do ano letivo dos estudantes do ensino médio e a permanência de estudantes nas escolas.

Camilo Santana também revelou que o MEC tem discutido com o Conselho Nacional de Educação (CNE) alterações na formação continuada dos docentes e outras mudanças nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de licenciatura, bem como a possibilidade de avaliação anual do Enade no que se refere à licenciatura. Além disso, ele anunciou que a próxima edição do Pisa, em 2025, avaliará o desempenho educacional em cada estado brasileiro, possibilitando a adoção de estratégias mais pontuais para melhoria da área e redução de desigualdades regionais.

Por fim, o ministro abordou a reestruturação do ensino médio no Brasil e ressaltou a importância de reforçar as disciplinas básicas, principalmente a matemática e o português. Ele destacou a necessidade de uma recomposição da base comum curricular e da carga horária para garantir uma base sólida para os jovens brasileiros. Camilo Santana finalizou enfatizando que o projeto não é do MEC, do presidente, nem do ministro, mas sim um projeto construído com a participação de vários setores da sociedade.

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