O estudo, que foi realizado por meio de 983 entrevistas pela internet entre os dias 11 e 22 de setembro, revelou que o cenário da inadimplência no Brasil ainda é motivo de preocupação. A pesquisa buscou compreender as circunstâncias relacionadas ao não pagamento em dia das contas, identificar a origem das dívidas contraídas, as percepções dos brasileiros sobre a perspectiva de quitar os débitos, e como a inadimplência afeta a vida financeira e pessoal dos entrevistados.
O relatório apontou que o cartão de crédito continua representando a principal fonte de dívidas para os brasileiros, sendo responsável por 60% dos débitos em aberto neste ano, um aumento em relação aos 56% registrados no ano anterior. Além disso, deixar de liquidar dívidas junto a bancos e financeiras, empréstimos e financiamentos também tem sido um desafio para grande parte dos entrevistados.
Entre os principais motivos apontados para o endividamento estão a falta de planejamento financeiro, desemprego, gastos inesperados com saúde e empréstimo do nome de alguém para efetuar compras ou contratar serviços. A pesquisa também revelou que 39% dos inadimplentes estão certos de que conseguirão pagar suas dívidas, um aumento significativo em relação aos 25% registrados no ano anterior.
A pesquisa também abordou o programa Desenrola Brasil, uma iniciativa do governo federal para auxiliar os brasileiros endividados. Segundo o relatório, oito em cada dez endividados consideram o programa importante para ajudar na vida financeira dos brasileiros. No entanto, a divulgação do programa ainda é uma questão a ser melhorada, já que muitos entrevistados afirmaram conhecer o programa apenas de ouvir falar.
Diante desses dados, a pesquisa apontou que a maior parte dos inadimplentes acredita que tornar o crédito mais barato e acessível impactaria positivamente em sua vida financeira, assim como orientações de qualidade sobre como organizar o orçamento. Além disso, a pesquisa revelou que as redes sociais têm influenciado o comportamento de um em cada quatro brasileiros, incentivando comportamentos que complicam as contas e os pagamentos.
Em relação ao futuro, a pesquisa revelou um aumento na parcela de pessoas que teve sucesso em se estabilizar financeiramente e que a renegociação de dívidas tem se apresentado como uma solução para grande parte dos entrevistados.