Este evento, que chega à sua quarta edição na capital paulista, tem inspiração em caminhadas semelhantes que ocorrem em países que também passaram por regimes autoritários no mesmo período, como a Argentina e o Uruguai. O coordenador do Instituto Vladimir Herzog, Lucas Barbosa, ressalta a importância dessas iniciativas, que buscam manter viva a memória e lutar contra a impunidade.
Organizado em conjunto com o Movimento Vozes do Silêncio, o Núcleo de Preservação da Memória Política e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, o evento terá como ponto de partida o antigo Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), local marcado por torturas e assassinatos durante a ditadura.
Com a participação de diversas organizações, como a União Nacional dos Estudantes, a Ordem dos Advogados do Brasil – São Paulo, a Comissão Arns e a Anistia Internacional, a caminhada seguirá em direção ao Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque Ibirapuera, após a concentração às 16h.
Para Lucas Barbosa, é fundamental manter viva a discussão sobre os acontecimentos do passado para evitar que crimes contra a humanidade e contra a democracia se repitam. A caminhada também presta homenagem às populações periféricas que continuam sofrendo com a violência policial, mostrando como o passado pode ter reflexos no presente.
Ao refletir sobre a impunidade que permitiu a instauração da ditadura militar, Barbosa enfatiza a importância de responsabilizar aqueles que cometeram crimes e de garantir que tais episódios não se repitam. A luta por justiça e pela memória das vítimas continua sendo um tema central nestes 60 anos desde o golpe militar no Brasil.