Essa ação contra Zambelli ganha força após a parlamentar admitir, no início do mês, sua relação com o hacker Walter Delgatti, a quem auxiliou a ir a Brasília para um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com o propósito de discutir sobre urnas eletrônicas. Após o depoimento de Delgatti à CPI na semana passada, os parlamentares solicitaram e aprovaram a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da deputada.
Integrantes da CPI relatam que não houve reações, nem mesmo por parte da oposição, incluindo parlamentares do PL, para tentar impedir a quebra de sigilo de Zambelli. Deputados e senadores do partido têm se recusado a comentar o assunto e afirmam não estar cientes dos fatos.
Domingos Sávio (PL-MG) é um dos poucos aliados que tem defendido publicamente a deputada. Ele acredita ser necessário dar o benefício da dúvida a alguém que ainda é suspeito e não condenado.
Porém, apesar de algumas defesas, é visto como inevitável por dois líderes partidários próximos ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que o caso de Zambelli seja avaliado também pelo Conselho de Ética. Vale ressaltar que uma acusação recente contra a deputada, relacionada a uma quebra de decoro por dirigir palavrões ao deputado Duarte Júnior (PSB-MA), foi arquivada pelo colegiado no início de agosto. Até o momento, não foram apresentadas novas representações contra a deputada no Conselho de Ética, segundo o presidente do grupo, Leur Lomanto Jr (União-BA).
Diante dessa situação, Carla Zambelli enfrenta um cenário político complicado, com a perspectiva de enfrentar processos tanto na CPI do 8 de Janeiro quanto no Conselho de Ética da Câmara. Resta agora aguardar os desdobramentos dessas investigações e como a deputada irá se defender das acusações que recaem sobre ela.