Argentina pede a reabertura das negociações sobre as Malvinas

Argentina pede a reabertura das negociações sobre as Malvinas

O governo da Argentina pediu nesta sexta-feira (9) ao Reino Unido para retomar as negociações sobre a soberania das ilhas Malvinas na base de um “novo clima” entre os dois países que deveria facilitar o diálogo.

“Acreditamos firmemente no valor de se sentar em volta da mesa e discutir qualquer problema, por mais complexo que seja, pois é a única forma de encontrar uma solução”, afirmou a ministra das Relações Exteriores argentina, Susana Malcorra, em sua primeira participação ao Comitê de Descolonização das Nações Unidas (ONU), informa o G1.

Essa vontade de diálogo, apoiada pelo comitê da ONU com uma resolução, é semelhante àquela manifestada pelo governo da ex-presidente argentina Cristina Kirchner. Entretanto, Malcorra salientou as mudanças fundamentais que estão acontecendo nas relações com Londres durante o mandato do atual presidente, Mauricio Macri.

Nesse sentido, Malcorra ressaltou as duas reuniões que Macri já realizou com então primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e o encontro que ela própria teve com o seu homólogo britânico, Philip Hammond.

Nova fase

“O objetivo do Executivo é inaugurar uma nova fase nas relações com o Reino Unido”, explicou a chanceler argentina. Ela defende um relacionamento que permita manter com Londres uma “agenda ampla” na qual seja incluído o tema das Malvinas.

“Entendemos que, nas circunstâncias atuais, contamos com um ambiente favorável para uma análise bilateral do problema e para superar as divergências”, afirmou Malcorra, que pediu para trabalhar com “imaginação” e “espírito de cooperação”, sem deixar qualquer hipótese fora da mesa, incluindo um diálogo “aberto e franco” que possa solucionar essa “prolongada disputa de soberania”.

O governo Macri mantém uma postura semelhante aos governos anteriores, acreditando que recuperar a soberania das Ilhas Malvinas é um objetivo “irrenunciável”. Segundo Malcorra, essa é “uma questão que transcende os governos e constitui uma verdadeira política de Estado”, o que corresponde a todas as forças políticas argentinas.

A chanceler argentina, entretanto, reiterou que neste caso, não se pode aplicar o princípio da autodeterminação dos povos, e que a questão só pode ser resolvida através de negociações com as autoridades britânicas. “Se tiver vontade política, é possível alcançar uma solução definitiva para a questão das Ilhas Malvinas”, declarou Malcorra.

A chanceler salientou que a disputa sobre as Malvinas é algo “histórico e central” na política externa da Argentina e lembrou que a Constituição do país estabelece que a retomada desses territórios é um “objetivo permanente e irrenunciável do povo argentino”.

Do outro lado, os membros da Assembleia Legislativa da Falkland, Michael Summers e Gavin Short, defenderam perante o Comitê de Descolonização que as ilhas já exerceram seu direito de autodeterminação em 2013, através de um referendo que decretou com 99,8% dos votos a vontade de permanecer um território ultramarino britânico. Por isso, portanto, segundo Summers e Short as ilhas não poderiam mais ser definidas como uma colonia.

09/06/2017

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