As aventuras dos personagens do Pererê ganharam vida nas páginas da revista “O Cruzeiro” em 1959 e rapidamente conquistaram o público, levando Ziraldo a criar uma edição própria da HQ no ano seguinte. Inspirado pelo “Sítio do Pica-pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, o autor desenvolveu personagens memoráveis como o Saci, o indiozinho Tininim e a onça Galileu. A série também foi adaptada para a televisão, sendo transmitida pela TVE Brasil e TV Cultura entre 2002 e 2004, com o ator Silvio Guindane interpretando o carismático Pererê.
A Turma do Pererê foi um verdadeiro fenômeno comercial, alcançando 43 edições durante sua primeira série e atingindo uma média de 120 mil exemplares vendidos. Infelizmente, em 1964, a ditadura militar no país proibiu a circulação de revistas nas bancas, interrompendo a publicação da HQ. Em 1975, a Editora Abril trouxe de volta as aventuras da turma, porém, sem o mesmo sucesso de antes, com apenas dez edições lançadas.
A importância e o legado de Ziraldo e da Turma do Pererê foram ressaltados no documentário “Turma do Pererê.doc” (2019), dirigido por Ricardo Favilla, que conta com depoimentos de grandes nomes dos quadrinhos como Mauricio de Sousa e Laerte. Ziraldo deixa um imenso legado cultural e artístico para o Brasil, sendo lembrado não apenas por suas criações, mas também por sua contribuição inestimável para a literatura infantil e as histórias em quadrinhos do país.