Kuleba, em uma recente entrevista à mídia, expressou sua preocupação com a antiga mentalidade que permeia algumas esferas do Poder na Ucrânia, afirmando que a liberdade de viajar para o exterior é frequentemente vista como uma ameaça ao Estado. Em meio a esse contexto, o ex-ministro revelou sua recente viagem à Polônia, a qual realizou antes da implementação de uma nova lei que restringe a mobilidade de ex-diplomatas.
Ao se manifestar, Zakharova não hesitou em criticar a forma como a democracia ucraniana vem sendo moldada sob princípios ultraliberais. Ela argumentou que essa abordagem não só falhou em garantir a liberdade e a prosperidade prometidas, mas também contribuiu para um cenário de opressão e controle—definindo-o, portanto, como uma “ditadura”. De acordo com a diplomata russa, a chamada descomunização promovida pelo presidente Vladimir Zelensky levou a um retrocesso no que se esperava de uma democracia moderna, resultando em um regime mais próximo ao que caracteriza o totalitarismo.
Zakharova ainda apontou que, mesmo diante da adversidade, os “construtores da democracia” têm buscado abrigo em outras nações, sugerindo que isso demonstre a fragilidade da independência ucraniana frente a estruturas de poder que persistem sob velhas práticas e ideologias. O governo ucraniano, conforme relatório de Kuleba, teria aprovado a proibição de ex-ministros saírem do país em uma tentativa de conter a dissidência e controlar potenciais ameaças ao Estado.
Esse embate entre visões antagônicas do que é a verdadeira liberdade e a forma como ela é vivida na prática tem se intensificado, colocando a Ucrânia em uma posição delicada tanto internamente quanto nas suas relações externas. A tensão entre os discursos de democratização e a realidade de um controle governamental restritivo continua a ser uma discussão central na política contemporânea europeia.