“Fiquei abalado. Recebi ameaças de morte e pessoas do meu círculo social também foram alvo de ameaças semelhantes”, afirmou Felca, destacando o nível de hostilidade que gerou sua iniciativa. Ele mencionou que algumas pessoas chegarão a ameaçá-lo pessoalmente, prometendo encontrá-lo e prejudicá-lo. No entanto, mesmo diante desse cenário ameaçador, Felca reafirmou seu compromisso com a temática. “Estou ciente dos riscos, mas meu trabalho é mais importante do que eu. Não posso interromper essa luta”, declarou.
O vídeo, que rapidamente viralizou nas redes sociais, trouxe à tona discussões relevantes sobre o funcionamento dos algoritmos das plataformas digitais, que, segundo Felca, podem facilitar a exposição de conteúdos inadequados a pedófilos. Ao abordar a delicada relação entre a adultização infantil e a exploração sexual, o influenciador buscou não apenas informar, mas também mobilizar a sociedade contra esses delitos.
Surpreendido pela repercussão intensa que o vídeo gerou, Felca confessou que hesitou antes de publicá-lo, mas finalmente decidiu que precisava dar voz a esse tema de vital importância. A discussão em torno do vídeo também teve um efeito palpável na esfera legislativa, reacendendo o debate sobre um projeto de lei no Congresso Nacional que visa estabelecer diretrizes para a proteção de crianças e adolescentes nas plataformas digitais. O projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), busca garantir a implementação de medidas que previnam a exploração sexual, o bullying e outros abusos que podem surgir no ambiente virtual.
Por fim, Felca compartilhou uma reflexão pessoal sobre sua trajetória como criador de conteúdo. Ele se lembrou de quando começou a produzir vídeos sobre jogos e como seu pai se opôs à ideia, considerando-o muito jovem para tal exposição. Ao olhar para trás, ele expressou gratidão pela proteção que recebeu, reconhecendo que a visibilidade que enfrenta hoje poderia ter sido ainda mais prejudicial em sua infância. A coragem de Felca em tratar de temas tão delicados e polêmicos está, sem dúvida, contribuindo para uma discussão que envolve não apenas a segurança dos jovens, mas também a responsabilidade das plataformas digitais.
