Bruno Santana, advogado de Willian, sustenta que seu cliente não teve qualquer participação direta nas transações financeiras questionadas, nem atuou como avalista ou intermediário. “Acreditamos que nossa cooperação é essencial, pois revela verdades, como a de que Willian sofreu elevadíssimos prejuízos e é, na realidade, uma grande vítima. Acionamos as autoridades competentes para investigar os verdadeiros responsáveis, esperando um julgamento justo,” afirmou Santana.
O processo enfrenta uma fase decisiva, pois os sócios da XLand já foram citados, estabelecendo o começo do prazo para a defesa de todos os réus. Mayke, autor da ação, foi notificado na última sexta-feira e tem 15 dias para responder às alegações da defesa de Bigode. A equipe jurídica de Mayke mantém confiança no caso, baseando-se em documentação robusta e provas bem fundamentadas.
No documento de defesa, Santana pede que a justiça reconheça a ilegitimidade da inclusão de Willian no processo, apontando que as transações e o contrato entre Mayke e a XLand não tiveram participação do atacante santista. A defesa alega que Mayke buscou a XLand após uma recomendação da mulher de Willian, Loisy Coelho, feita à Rayanne Almeida, esposa de Mayke.
A defesa de Bigode sugere ainda que o poder judiciário é incompetente para julgar o caso devido a uma cláusula de arbitragem no contrato entre Mayke e a XLand. Caso a justiça não aceite essas preliminares, pede-se a redução do valor da medida cautelar para R$ 2,1 milhões, amparando-se em comprovantes bancários que mostram o investimento inicial de Mayke.
A inclusão de Edmílson Paiva David, um terceiro sócio da XLand não citado originalmente, também é solicitada. Willian e seus advogados argumentam que o caso deve ser regido pelo código civil, em vez do código de defesa do consumidor, considerando o perfil de investidor agressivo de Mayke.
Além do processo de Mayke, Gustavo Scarpa, outro ex-companheiro de Palmeiras, move ação semelhante contra Willian, alegando prejuízos financeiros em função dos investimentos recomendados na XLand, que oferecia uma rentabilidade de 2% a 5%.
Os problemas com a XLand emergiram em meados de 2022, quando os atletas tentaram, sem sucesso, resgatar os lucros prometidos. Frustrados com as reiteradas negativas da empresa, eles romperam os contratos e buscaram auxílio jurídico. Desde então, o processo segue no TJ-SP, ainda sem decisão definitiva sobre a culpabilidade dos envolvidos.