A sabatina de Dino e de Paulo Gonet no Senado foi acompanhada ao vivo, e os escolhidos fizeram acenos à classe política, tentando distensionar o clima durante a sabatina no Senado. Quando Mendonça foi sabatinado, Bolsonaro enfrentava seu pior índice de popularidade, devido à sua postura negacionista durante a crise da pandemia de Covid-19. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Dino enfrentou dez votos contrários, um a mais do que os que Mendonça recebeu.
Para a aprovação de um nomeado para a Corte pelo presidente da República, são necessários 41 votos. Em média, os indicados ao Supremo nos últimos 34 anos atingiram 56 votos no Senado, de acordo com levantamento com base em dados do Senado. Esse levantamento, porém, exclui o resultado de Paulo Brossard, escolhido por José Sarney em 1989, cujo placar não foi divulgado devido à votação secreta.
O primeiro indicado por Lula no atual mandato, Cristiano Zanin, causou menos discordância entre os senadores em junho, alcançando 58 votos favoráveis e 18 contrários. Em relação a Dino, os governistas esperavam um placar entre 45 e 53 votos a favor da nomeação, faixa que se confirmou. Desde a redemocratização, a votação com maior folga no plenário do Senado foi a de Ellen Gracie, em 2000, que recebeu 67 votos favoráveis e nenhum contrário, seguida por Luiz Fux, que recebeu apoio de 62 senadores e apenas dois contrários.
Apenas o ministro Francisco Rezek recebeu um número menor de votos favoráveis do que André Mendonça e Dino quando foi indicado pela segunda vez ao cargo, em 1992, durante o governo de Fernando Collor. Na ocasião, votaram ao todo apenas 62 senadores. Já Paulo Gonet, o novo procurador-geral da República, recebeu 65 votos a favor e 11 contrários, acima da média dos indicados para o posto, que foi de 58 votos pela aprovação do escolhido. O melhor desempenho, no período, foi o de Raquel Dodge, nomeada por Michel Temer, que recebeu 74 votos pela sua confirmação no posto e apenas um contrário.