Violência impede realização de eleições em dois municípios do México; situação de ingovernabilidade preocupa autoridades eleitorais.

As autoridades eleitorais no México foram forçadas a suspender as eleições gerais em dois municípios do sul do país devido a atos violentos que impossibilitaram a instalação de cabines de votação. A decisão foi tomada em Pantelhó e Chicomuselo, em Chiapas, no sudeste do México, devido à “situação de violência e ingovernabilidade”, segundo comunicado do Instituto Eleitoral desse estado fronteiriço com a Guatemala.

Essa medida extrema foi adotada após a ocorrência de atos de violência, como o incidente na manhã de sexta-feira em que indivíduos não identificados queimaram documentos eleitorais nas instalações do Instituto Eleitoral em Chicomuselo. Além disso, funcionários eleitorais nesse município relataram ameaças, em um ambiente marcado pela disputa entre dois cartéis do narcotráfico.

Em maio, onze corpos foram encontrados em Chicomuselo, incluindo dois catequistas da Igreja Católica, enquanto a presença de criminosos armados em Pantelhó dificultou a convocação e capacitação de cidadãos para trabalhar nas eleições.

A violência em Chiapas tem crescido devido a disputas entre os cartéis Jalisco Nueva Generación (CJNG) e Sinaloa, as duas maiores organizações criminosas do México. Desde o ano passado, cerca de 25 candidatos às eleições foram assassinados, sendo pelo menos três em Chiapas. A candidata presidencial líder nas pesquisas, Claudia Sheinbaum, foi retida brevemente por homens encapuzados em abril.

Desde o início da ofensiva militar antidrogas do governo federal em 2006, o México registrou mais de 450 mil assassinatos e cerca de 100 mil desaparecidos, de acordo com dados oficiais. A situação de violência no país tornou as eleições no México as mais letais de sua história. A expectativa é de que as autoridades tomem medidas urgentes para garantir a segurança e a democracia nas eleições futuras.

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