Segundo a denúncia assinada por Liana e pelo advogado Victor Fialho Pedrosa, os chamamentos públicos feitos por Bolsonaro visam não apenas mobilizar sua base política para pressionar o Estado por anistia aos envolvidos em ataques anteriores, mas também deslegitimar o trabalho do Poder Judiciário e das forças de segurança que investigam tais casos. A vereadora argumenta que tais atos representam uma clara tentativa de interferir no exercício da Justiça.
Nascida em Porto Alegre e residente em Recife desde 2001, Liana Cristina é uma figura ativa na política local. Em 2022, ela concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados, obtendo 57 mil votos e ficando em 30º lugar. Em 2024, foi eleita vereadora com 14,8 mil votos. Em suas redes sociais, ela se descreve como parte da “esquerda festiva”, que faz política com amor, arte, cultura e luta.
Além de seu engajamento político, Liana também foi advogada do movimento Ocupe Estelita, que lutou contra um projeto urbanístico controverso em Recife. Sua atuação ganhou destaque na defesa do meio ambiente e do patrimônio histórico da cidade.
A notícia-crime apresentada por Liana Cirne levou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a solicitar à Procuradoria-Geral da República um parecer sobre a necessidade de prisão de Bolsonaro. Moraes deseja que a PGR avalie se os atos do ex-presidente configuram obstrução de Justiça, incitação de crimes contra instituições democráticas e coação no curso do processo.
Ainda aguarda-se a resposta do procurador-geral da República, Paulo Gonet, em relação aos questionamentos feitos por Moraes. Enquanto isso, a denúncia de Liana continua a gerar debate e discussões sobre os limites da liberdade de expressão e os riscos da incitação à violência política.