Venezuela pode contornar bloqueio econômico dos EUA ao ingressar no BRICS, revela analista durante cúpula na Rússia

A recente proposta da Venezuela para ingressar no BRICS, um grupo que reúne as economias emergentes mais significativas do mundo, é vista por especialistas como uma estratégia crucial para o país contornar o isolamento econômico imposto pelos Estados Unidos. De acordo com analistas, essa adesão pode permitir a Caracas um acesso mais amplo a financiamentos e intercâmbios comerciais, desvencilhando-se da dependência do dólar, atualmente omnipresente no comércio internacional.

A solicitação da Venezuela, feita no ano passado, é considerada um passo importante. Especialistas apontam que, ao se unir ao BRICS, o país poderá se beneficiar do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) da organização, que tem como objetivo financiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade, favorecendo o crescimento econômico dos membros. Vladimir Adrianza, um analista do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional da Venezuela, sublinha que a formalização dessa relação é vital para o país, já que as sanções norte-americanas têm contribuído significativamente para a grave crise econômica enfrentada pela nação.

Um dos aspectos que mais chama atenção é a possível criação de uma moeda comum do BRICS, que facilitaria transações entre os estados membros sem depender do dólar norte-americano. Essa ideia é parte de um movimento maior conhecido como “desdolarização”, que visa diminuir a dominação do dólar nas atividades comerciais globais. Durante a próxima cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, os países irão discutir avanços em um sistema de pagamento digital conjunto, um passo em direção à independência financeira.

A adesão da Venezuela ao BRICS, porém, não acontece sem contratempos. Recentemente, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou que o Brasil deverá se opor a esse ingresso, citando preocupações com o respeito da Venezuela a acordos internacionais, especialmente após as polêmicas eleições presidenciais de julho passado. A Venezuela, rica em recursos naturais como petróleo, poderia trazer uma contribuição significativa ao BRICS, que, com sua expansão, concentra atualmente mais de 60% das reservas globais de petróleo e gás.

Neste cenário, o impacto da adesão da Venezuela ao BRICS pode ressoar não apenas na dinâmica interna do bloco, mas também nas relações de poder e influência no continente americano, particularmente em relação aos interesses estratégicos dos Estados Unidos na região.

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