Nicolás Maduro, atual presidente desde 2013 e herdeiro político de Hugo Chávez, busca a reeleição para mais um mandato de seis anos. Sua campanha tem sido pautada pela proposta de continuidade das políticas socialistas bolivarianas, com foco em soberania nacional, especialmente no controle de recursos naturais, ciência e tecnologia. Maduro também enfatiza a expansão das forças armadas e a defesa da região de Guiana Essequiba. Seu plano de governo, denominado “As Sete Transformações (7T)”, destaca a modernização econômica através da diversificação e a proteção ambiental contra o que chama de “voracidade do capitalismo”.
Maduro prometeu novas formas de governança e um Estado popular e revolucionário, abordagens que, segundo ele, serão fundamentais para combater a corrupção de forma severa. Na esfera internacional, o líder chavista visa fortalecer alianças estratégicas com os Brics e reforçar laços com países da América Latina e do Caribe.
Por outro lado, Edmundo González Urrutia surge como a face da mudança e da oposição unificada. Seu plano de governo incorpora ideias formuladas por María Corina Machado, especialmente aquelas apresentadas em documentos como “Venezuela, terra de graça” e “Plano País”. Uma de suas promessas mais enfáticas é a libertação imediata dos presos políticos, caso vença a disputa eleitoral. González pretende inaugurar uma administração centrada na liberdade, democracia e prosperidade, articuladas em seu documento “Diretrizes de políticas públicas para um programa governamental de unidade nacional”.
Na área econômica, González defende a redução da inflação, a elevação dos salários e a valorização do trabalho, com um modelo que privilegie o livre mercado e a iniciativa privada. Seu plano aborda também a privatização da indústria petrolífera e a transição para energias mais limpas e sustentáveis. No cenário interno, promete processos de anistia e justiça transicional, além de uma luta rigorosa contra a corrupção. Em termos de política externa, ele busca melhorar as relações internacionais da Venezuela, retirando o país de seu atual isolamento.
O embate entre esses dois candidatos não se limita ao eleitorado venezuelano. A comunidade internacional observa com atenção, preocupada não apenas com o rumo político do país, mas também com a possibilidade de uma eleição justa e sem repressão. Diversos apelos foram feitos para garantir uma disputa pacífica e que os resultados sejam respeitados pela comunidade eleitoral do país.
Assim, a Venezuela aproxima-se de uma encruzilhada: continuar sob a égide do chavismo ou tentar um novo caminho com a oposição. O resultado dessa eleição poderá marcar uma nova era, tanto para o país quanto para a região. A contagem dos votos e a aceitação dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral serão cruciais para determinar o futuro da nação.