Venezuela Classifica Veto do Brasil ao Seu Ingesso no BRICS como Agressão Inexplicável e Imoral em Reação à Cúpula em Kazan.

A recente decisão do governo brasileiro de proibir a entrada da Venezuela no BRICS gerou uma onda de reações contundentes de Caracas. Nesta quinta-feira (24), autoridades venezuelanas descreveram a negativa como uma “agressão inexplicável e imoral”, além de um “gesto hostil” que perpetua um histórico de sanções e políticas adversas contra o país. O chanceler Yván Gil Pinto, em comunicado oficial, criticou abertamente a postura do Brasil, afirmando que a decisão do Itamaraty, num movimento que se alinha ao veto imposto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, se trata de uma ofensa ao povo venezuelano.

A controvérsia se intensificou após a cúpula dos chefes de Estado do BRICS, realizada em Kazan, na Rússia, onde a questão da adesão da Venezuela voltou a ser discutida. O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, explicou em entrevista que a confiança do Brasil na Venezuela foi severamente comprometida, citando a ausência de transparência nas recentes eleições presidenciais, nas quais Nicolás Maduro se declarou vencedor.

O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, indicou que a entrada da Venezuela no BRICS só será possível com o consenso entre os países membros, uma posição que contrasta com a do Brasil. Putin fez referência às eleições polêmicas que marcaram a política venezuelana, destacando a necessidade de um diálogo produtivo entre Brasil e Venezuela para resolver as tensões existentes.

Essa situação ilustra a complexa dinâmica nas relações sul-americanas, especialmente entre vizinhos cuja história é marcada por alianças e desavenças. A oposição ao ingresso da Venezuela no BRICS deve-se, fundamentalmente, a desconfianças sobre a administração Maduro e suas implicações para a estabilidade política e econômica da região.

A tensão entre Brasil e Venezuela é emblemática não apenas da política interna de cada país, mas também reflete um cenário internacional mais amplo, onde alianças estratégicas e o papel de blocos como o BRICS estão em constante evolução. Os desdobramentos desta questão podem influenciar o futuro das relações bilaterais e a posição do Brasil no contexto global.

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