O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, juntamente com o presidente Nicolás Maduro e outras autoridades de alto escalão, detalhou o número, afirmando que o país teve “a participação importante de 10.431.907 venezuelanos”. Amoroso comemorou a adesão, classificada como “sem precedentes”.
No entanto, a declaração gerou suspeitas entre líderes da oposição e analistas, que interpretaram um voto para cada pergunta, o que teria dado uma participação de cerca de 2 milhões. A afirmação se baseou, também, na ausência de filas na maioria dos centros de votação em Caracas e em outras cidades do país.
O registro eleitoral na Venezuela é de 20,7 milhões de eleitores, e o resultado relatado agora pelo CNE representa a maior participação, em termos de número total de votos, na história democrática deste país. O referendo consistiu em cinco perguntas, que receberam apoio superior a 95%, incluindo a criação de uma província venezuelana em Essequibo e a concessão de nacionalidade aos seus 125 mil habitantes.
A Venezuela argumenta que o rio Essequibo é a fronteira natural com a Guiana, como em 1777, quando era uma colônia da Espanha. Enquanto isso, Georgetown defende um laudo de 1899 que definiu os limites atuais e pede que ele seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), o principal tribunal das Nações Unidas.
Além disso, o ‘Sim’ também venceu com porcentagens superiores a 95% nas outras quatro perguntas, que incluíam a rejeição ao laudo de Paris e à jurisdição da CIJ, o apoio ao acordo de Genebra e a oposição ao uso da Guiana das águas marítimas de Essequibo, onde o governo da Guiana e a ExxonMobil iniciaram a exploração de vastos depósitos de petróleo descobertos em 2015.
Em resumo, o referendo realizado pela Venezuela teve uma grande participação dos eleitores, apesar das suspeitas levantadas pela oposição. A decisão de anexar o território de Essequibo e a criação de uma província venezuelana na região são polêmicas e certamente terão repercussões regionais e internacionais.