Tão logo a identificação foi feita, o Ministério da Saúde e as secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio de Janeiro foram informados sobre a presença da nova linhagem. As sequências genéticas foram depositadas na plataforma Gisaid para acompanhamento e análise. Além dos casos no Rio de Janeiro, novos genomas da linhagem XEC também foram identificados em São Paulo e em Santa Catarina, ampliando a preocupação com a disseminação dessa variante pelo território nacional.
A XEC foi classificada pela OMS como uma variante sob monitoramento devido às mutações genéticas que apresenta e aos primeiros indícios de vantagens competitivas em relação a outras variantes. A variante ganhou destaque a partir de junho de 2024 na Alemanha, espalhando-se rapidamente por diversos países, inclusive no Brasil. A virologista Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC, destacou a necessidade de monitorar de perto a XEC no país, considerando as diferenças na memória imunológica da população.
A detecção da XEC no Brasil foi possível graças a uma estratégia de vigilância que aumentou o sequenciamento genômico do Sars-CoV-2 em várias regiões do país. No entanto, a virologista alerta para a fragilidade da vigilância genômica no Brasil e ressalta a importância de manter o monitoramento eficaz em todo o território nacional. A identificação precoce de novas variantes é essencial para ajustar as estratégias de controle da covid-19 e garantir a eficácia das vacinas disponíveis.
Análises indicam que a XEC surgiu a partir da recombinação genética entre cepas virais anteriores, apresentando mutações que podem aumentar sua capacidade de disseminação. A origem e evolução dessa nova linhagem ainda são objeto de estudo, mas a detecção precoce e o monitoramento constante são essenciais para compreender e enfrentar as ameaças causadas por novas variantes do vírus.