O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está em fase final de desenvolvimento de uma vacina nacional contra a mpox. O próximo passo será iniciar os testes em humanos, após a equipe produzir o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) e obter a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O imunizante brasileiro ganhou destaque devido à declaração de emergência em saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido ao risco de disseminação global e uma potencial nova pandemia. O desenvolvimento da vacina nacional teve início há 2 anos, durante a primeira emergência global causada pela doença.
Segundo a UFMG, a vacina brasileira utiliza um vírus atenuado e não replicativo, o que a torna extremamente segura, inclusive para imunossuprimidos e gestantes. Testes iniciais já apresentaram bons resultados, demonstrando eficácia na indução de resposta imune contra a doença.
A líder da Plataforma de Vetores Virais e Expressão de Célula Eucariota, Karine Lourenço, afirmou que a vacina mostrou-se protetora e esterilizante durante a fase de pesquisa. O Brasil já possui a capacidade de produzir em larga escala a cepa atenuada do vírus vaccinia, causador da doença.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacou que o imunizante nacional contra a mpox é uma das prioridades da Rede Vírus, comitê de especialistas em virologia. A pesquisa conta com doações do Instituto Nacional de Saúde dos EUA para o desenvolvimento do insumo farmacêutico ativo.
Além disso, o MCTI ressalta que existem outras vacinas disponíveis contra a mpox, como a Jynneos e ACAM 2000, cada uma com suas particularidades e contraindicações. O Brasil busca ampliar a compra de doses da vacina Jynneos para conter a disseminação da doença no país.
Com o avanço no desenvolvimento da vacina nacional contra a mpox, o Brasil está caminhando para garantir a proteção da população contra essa ameaça global. A expectativa é que, em breve, a vacina esteja disponível para uso em larga escala, contribuindo para a saúde pública e o controle de epidemias.