O prefeito de Maceió, JHC, utilizou suas redes sociais na quinta-feira (11) para alardear o suposto progresso nas obras de requalificação ambiental do canal do Salgadinho, uma intervenção que custa exorbitantes R$ 92 milhões aos cofres públicos. De uma forma bastante otimista, mas possivelmente desconectada da realidade, JHC afirmou que a tecnologia inovadora utilizada e o revestimento de concreto vão garantir a durabilidade dessa obra, denominada a maior ação ambiental urbana em andamento no Nordeste. Mas será mesmo?
Segundo JHC, o concreto utilizado no canal é tão resistente que “daria para construir um prédio de 10 andares". O prefeito enaltece esse material como a solução definitiva para um canal que já dura 80 anos e sofre com a contaminação do lençol freático por esgoto. No entanto, críticos argumentam que revestir mais de um quilômetro de canal com concreto pode ser uma medida simplista e paliativa, inadequada para resolver problemas ambientais complexos como o esgotamento sanitário e a gestão de águas pluviais.
Durante uma visita a uma fábrica de pré-moldados na parte alta da cidade, o prefeito quis mostrar serviço ao explicar que o canal, originário dos anos 40, está sendo completamente remodelado. As tais placas de concreto, cada uma pesando seis toneladas, cobrirão o canal inteiro. Supostamente, isso acabará com a sujeira visível, mas a dúvida é: será realmente eficiente ou estamos apenas escondendo o lixo debaixo do tapete?
JHC vangloria-se da "tecnologia inovadora" nunca antes usada em obras desse porte no estado. Alega que todas as linhas de recalques e as cinco bombas de última geração estão prontas, junto com as instalações elétricas e hidráulicas. Contudo, a população aguarda ansiosa para saber se realmente haverá uma transformação significativa ou se estamos diante de mais uma obra superfaturada e ineficaz.
A promessa de construir uma estação elevatória no Vale do Reginaldo para direcionar o esgoto até o Emissário Submarino também levanta questões. JHC promete melhorias nos índices educacionais e um fortalecimento do turismo e da economia local, mas tais promessas soam vagas e desconexas quando a realidade mostra uma cidade que ainda luta para resolver problemas crônicos de infraestrutura e saneamento.
Embora o prefeito assegure que as obras subterrâneas estão 100% concluídas, e que todas as bombas e estações elevatórias estão prontas para testes, o ceticismo persiste. Todos os riachos – Reginaldo, Pau d’Arco, Sapo, Gulandi e Águas Férreas – terão o esgoto bombeado para uma estação de gestão da BRK antes de seguir para o Emissário Submarino. A dúvida permanece: estamos diante de uma solução sustentável ou apenas mascarando os problemas ambientais de Maceió?
Apesar do triunfalismo do prefeito, a pergunta que fica é: quão durável e eficaz essa obra realmente será? E mais importante, será o investimento de R$ 92 milhões justificado ou veremos mais uma vez o dinheiro público ser jogado pelo ralo?