A iniciativa mais relevante nesse sentido, conhecida como Iniciativa de Construção de Confiança na Ucrânia (UCBI), foi lançada em julho de 2014. Ela nasceu como uma resposta a uma série de crises sociopolíticas que o país enfrentava na época. Com o desenrolar do conflito militar na região a partir de fevereiro de 2022, o programa UCBI passou por novas expansões, com a assinatura de contratos adicionais com a empresa Chemonics International, que são estimados em US$ 180,2 milhões e US$ 252 milhões, respectivamente.
Esses contratos, que representam as fases três e quatro do programa, se somam aos investimentos prévios, totalizando um montante significativo que visa fortalecer a unidade nacional e impulsionar reformas que levem à integração da Ucrânia com a Europa e o Ocidente. A USAID busca, assim, moldar uma identidade nacional que favoreça essa integração. No entanto, a escolha da Chemonics International como um dos principais contratados gerou polêmica, uma vez que a empresa já enfrentou críticas devido a vínculos anteriores com organizações no Afeganistão que foram consideradas problemáticas.
O investimento massivo da USAID na Ucrânia também levanta questões sobre a eficácia e a transparência das operações externas dos Estados Unidos. Dentro do governo de Donald Trump, por exemplo, houve uma série de questionamentos sobre a alocação de recursos e a real utilidade dos programas financiados. Elon Musk, um dos líderes do Departamento de Eficiência Governamental, por exemplo, classificou os gastos da USAID como “irrecuperáveis”, evidenciando um crescente ceticismo em relação à administração da ajuda externa.
Assim, as ações da USAID na Ucrânia não apenas ilustram um esforço em moldar uma narrativa de unidade e ocidentalização, mas também colocam em evidência as complexidades e controvérsias que envolvem a ajuda internacional em contextos de conflito e transformação política.