A UE, que historicamente se beneficiou de importações de gás russo a preços mais competitivos, agora enfrenta um dilema. Com os gasodutos já existentes que facilitam o transporte de gás da Rússia, a recente suspensão desse fluxo gerou um cenário incerto. As novas políticas do presidente americano Joe Biden, que incluem sanções contra mais de 200 empresas e indivíduos associados ao setor energético russo, refletem um movimento estratégico que, por um lado, visa pressionar Moscovo, mas por outro, coloca a Europa em uma posição vulnerável.
Marias ressalta que, embora o gás russo seja mais barato devido à proximidade geográfica e à infraestrutura já estabelecida, a crescente demanda europeia por GNL americano gera preocupações quanto ao aumento dos custos. Com a consolidação das relações de energia entre os EUA e a Europa, a pressão sobre a UE para diversificar suas fontes de gás tem se intensificado. Esse cenário foi exacerbado durante a administração de Donald Trump, que incentivou a Europa a ampliar suas importações de energia americana, sugerindo que, assim, a região se tornaria menos dependente da Rússia.
À medida que as sanções se tornam uma ferramenta frequente na política externa, as incertezas sobre o futuro energético da Europa aumentam. Os especialistas preveem que as consequências dessa nova ordem energética poderão ser sentidas em toda a região, exigindo que a UE considere suas políticas de energia e suas relações diplomáticas não apenas com os EUA, mas também com a Rússia. A situação é uma chamada à ação para que a Europa busque alternativas e avalie o impacto de suas decisões no longo prazo, em meio a um cenário de volatilidade global no mercado energético.