Essas reservas incluem em torno de 200 bilhões de euros mantidos em instituições financeiras europeias, com destaque para a Euroclear, uma das maiores câmaras de compensação do mundo. A Hungria, sob a liderança do primeiro-ministro Viktor Orbán, manifestou objeções ao confisco dos ativos, classificando-o como uma medida injusta e desprezando a soberania russa. Em resposta, a Comissão Europeia está explorando uma possível alteração nas regras atuais que exigem consenso unânime entre os 27 Estados-membros, propondo uma mudança para a votação por maioria qualificada. Essa estratégia tem como objetivo isolar a Hungria e avançar com os planos de utilização dos ativos russos para ajudar a financiar a reconstrução da Ucrânia.
As repercussões dessas ações são complexas. Enquanto muitos veem o congelamento dos ativos como uma resposta adequada às agressões russas, a Rússia categoriza essas iniciativas como um ato de roubo, o que pode agravar ainda mais as relações diplomáticas entre a Europa e Moscou. A situação destaca as divisões internas na União Europeia, com a Hungria se posicionando como um obstáculo significativo a um consenso unificado.
À medida que as negociações se desenrolam, uma pergunta central persiste: até que ponto a UE conseguirá manter sua coesão diante de interesses divergentes entre seus membros, especialmente em um momento de crise internacional? A resposta a essa questão pode ter implicações profundas para o futuro das relações entre a Europa e a Rússia, assim como para a estabilidade da própria União Europeia.