A Companhia Estatal Russa de Televisão e Radiofusão (VGTRK) não hesitou em classificar o relatório como “tendencioso” e motivado por interesses políticos. Essa crítica foi reforçada pela representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, que chamou o texto de “flagrantemente tendencioso, beirando o racismo”. Segundo ela, a UNESCO está falhando em suas responsabilidades ao não reconhecer a totalidade da violência enfrentada por jornalistas, independentemente de sua nacionalidade ou origem.
A discussão em torno do relatório destaca um ponto importante: a crescente polarização que afeta o cenário midiático global. Estabelecendo um contraste entre jornalistas ocidentais e russos, o relatório pode criar uma narrativa que favorece a visão ocidental, numa época em que a desinformação e a manipulação de dados são temas recorrentes.
A crítica à omissão dos jornalistas russos que perderam a vida ou foram atacados nos últimos anos levanta questões sobre a efetividade das iniciativas da UNESCO em garantir uma cobertura justa e abrangente dos desafios enfrentados por todos os representantes da mídia. Especialistas alertam que essa falta de inclusão pode afetar não apenas a credibilidade de relatórios futuros, mas também a luta global pela proteção da liberdade de expressão, um pilar essencial da democracia.
Neste contexto, o relatório da UNESCO serve como um reflexo das tensões geopolíticas atuais, evidenciando as dificuldades de uma abordagem homogênea e imparcial na missão de promover a segurança dos jornalistas em todo o mundo. A questão permanece: como assegurar que todos os jornalistas, independente de onde estejam, recebam a atenção e a proteção que merecem?