Uneal Celebra Graduação de 210 Professores Indígenas em Maior Colação de Grau Coletiva do Brasil

Histórica Colação de Grau da Universidade Estadual de Alagoas Celebra a Formação de Professores Indígenas

Na última sexta-feira, 1º de agosto, a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) celebrou um marco significativo na educação brasileira, ao graduar 210 novos professores indígenas do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND). Esta colação de grau, realizada no Centro de Convenções de Maceió, é considerada a maior cerimônia coletiva de formatura indígena já ocorrida no Brasil, reunindo formandos de 12 das 13 etnias reconhecidas no estado.

A celebração não apenas destacou a conquista acadêmica dos novos educadores, mas também simbolizou a valorização das culturas indígenas. Escolas e comunidades locais estiveram representadas por familiares, amigos e autoridades que se reuniram para prestar homenagens. As etnias presentes incluíram grupos como os Wassu-Cocal, Xucuru-Kariri, Karapotó entre outros, que trouxeram consigo rica manifestação cultural, coroada por danças tradicionais e a exibição de elementos que representam seu legado ancestral, como os cocares típicos.

Durante sua fala, Manoela Suíra de Souza, oradora da turma, abordou a importância da educação respeitosa e inclusiva, enfatizando a necessidade de uma formação que abrace as diversidades culturais e fortaleça as identidades dos povos indígenas. “Cada etnia possui suas características, mas todos compartilhamos o mesmo objetivo: lutar por uma educação que valorize nossas tradições e nossa cultura”, afirmou.

O reitor da Uneal, Odilon Máximo, expressou sua alegria com a realização da formatura, destacando a criação de uma carreira formal para professores indígenas como um legado para Alagoas: “Com essa nova carreira, nossos docentes indígenas terão a chance de participar de concursos públicos, uma conquista que representa um grande passo para a valorização de suas contribuições à educação”, declarou.

Anderson Barros, vice-reitor, classificou a cerimônia como um ato de resistência e afirmação cultural, ressaltando o impacto histórico de 210 indígenas de diferentes etnias formando-se juntos em uma universidade pública. Por sua vez, a coordenadora do CLIND, Iraci Nobre, elogiou o suporte do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), que financiou o curso ao longo de sua existência.

Em meio a discursos inspiradores, o vice-governador Ronaldo Lessa e o deputado estadual Silvio Camelo reforçaram o compromisso com a educação como ferramenta de combate à pobreza e prometeram apoiar a continuidade do programa e sua expansão. Um dos momentos marcantes foi o lançamento do livro “Indígenas de Alagoas”, que traz um rico registro das realidades e histórias das etnias alagoanas.

Para encerrar a cerimônia, os formandos não apenas celebraram sua nova jornada como educadores, mas também reafirmaram seu papel fundamental na construção de um futuro que respeita e celebra a diversidade cultural do Brasil. Essa colação de grau não foi apenas umevento acadêmico, mas uma celebração da resistência e resiliência dos povos indígenas em busca de espaços e reconhecimento na sociedade.

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