O estudo liderado pelo meteorologista fundador do Laboratório Lapis/Ufal, Humberto Barbosa, apontou que as altas temperaturas têm sido o principal motivo para o encolhimento do Rio São Francisco. O aumento da temperatura provoca um uso maior da água pelas plantas e aumenta a evaporação dos corpos d’água e do solo, resultando em menos água fluindo para o rio.
A Bacia do Rio São Francisco, que se estende por 504 municípios desde Minas Gerais até Alagoas, é de extrema importância para o país, já que é conhecida como o “rio da integração nacional”. Durante a seca de 2011-2017, a nascente do São Francisco chegou a secar na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e a barragem de Sobradinho, maior lago artificial da América Latina, atingiu seu volume morto.
A pesquisa do Lapis/Ufal também identificou cinco eventos de secas-relâmpago na Bacia do São Francisco entre 1991 e 2020. A região centro-norte do rio foi a mais afetada, passando por secas mais frequentes e longas. O estudo alerta para a expansão das secas-relâmpago para outras regiões e ressalta a importância de mitigar os eventos climáticos extremos para evitar o contínuo encolhimento do Rio São Francisco.
Os pesquisadores utilizaram uma metodologia inovadora para detectar as secas-relâmpago, incluindo um índice específico chamado Índice Padronizado de Evapotranspiração da Precipitação Antecedente (Sapei). Além disso, dados de chuva e temperatura do ar foram obtidos pelo sistema EumetCast do Laboratório Lapis/Ufal, enquanto informações sobre a vazão dos rios foram fornecidas pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Diante dos desafios enfrentados pelo Rio São Francisco, é essencial que ações sejam tomadas para preservar esse importante recurso hídrico do Brasil. A conscientização sobre o impacto das mudanças climáticas e a implementação de medidas de conservação se mostram cada vez mais urgentes para garantir a sustentabilidade dessa importante bacia hidrográfica.
