A aprovação do financiamento pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foi vista pelo pesquisador como um estímulo para a produção científica e reflete uma retomada nos investimentos em pesquisa. Em um contexto em que a Ciência brasileira enfrentou desfinanciamentos, o retorno dos editais é considerado crucial para a realização de pesquisas de qualidade. Rodolfo ressalta a importância desses recursos para conhecer a realidade e intervir de forma significativa.
A equipe envolvida no projeto é composta por pesquisadores com formações diversas, como Economia, Psicologia e Sociologia, todos com experiência em estudos relacionados ao universo canavieiro. Além disso, contam com a participação de um bolsista do curso de Ciência da Computação, do Campus Arapiraca, ampliando a abordagem multidisciplinar da pesquisa.
Utilizando microdados da RAIS entre 2008 e 2020, a pesquisa busca compreender as estratégias de sobrevivência social adotadas pelos trabalhadores após a exclusão do mercado canavieiro, motivada pela mecanização do setor sucroalcooleiro. A metodologia combina abordagens quantitativas, com a mineração de dados por meio de programação em Python, e qualitativas, por meio de entrevistas semiestruturadas e observação direta.
Os resultados esperados incluem a apresentação de dados sobre os destinos dos ex-trabalhadores, as atividades econômicas que estão exercendo e como suas trajetórias laborais foram afetadas pela exclusão do setor canavieiro. O professor Rodolfo acredita que a pesquisa poderá ampliar o conhecimento sobre essa população historicamente marginalizada, revelando as repercussões da experiência no corte de cana em suas vidas.
Com a continuidade do projeto, novos dados serão divulgados ao longo do processo, e o pesquisador planeja a produção de um podcast, textos e exposições fotográficas para compartilhar os resultados. A pesquisa liderada por Rodolfo Lima representa uma importante iniciativa no sentido de compreender e dar voz aos trabalhadores rurais afetados pelas mudanças no mercado de trabalho em Alagoas.