UFAL – Pesquisa inédita mapeia fatores de doenças crônicas não transmissíveis em pacientes com HIV em Alagoas



Alagoas desponta como um polo de destaque no cenário científico, graças a um levantamento inédito realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). A pesquisa identificou os fatores que favorecem o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis em pacientes portadores do vírus HIV. O estudo, que mapeou 400 pessoas em ambulatórios de Maceió, teve início em 2020, com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), por meio do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS).

A pesquisa foi liderada pela professora Luciana Melo, com a participação de dois professores da Ufal, uma médica infectologista da Uncisal e cinco estudantes de programas de iniciação científica e pós-graduação. A professora, que se dedicou à síndrome metabólica ao longo de sua carreira acadêmica, destacou a necessidade de estudar o impacto do HIV no desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis em pacientes.

Segundo a pesquisadora, o contato direto com pacientes portadores de HIV em ambulatórios e hospitais fez com que ela observasse mudanças no perfil dessas pessoas. Diferentemente das décadas passadas, quando pacientes com HIV apresentavam um perfil debilitado, atualmente, há um aumento nos casos de doenças crônicas como acidente vascular cerebral.

O estudo concluiu que o próprio vírus, a terapia antirretroviral e fatores ambientais contribuem para que os pacientes com HIV tenham mais chances de desenvolver síndrome metabólica em comparação com a população em geral. Além disso, o estudo constatou que a prática nos ambulatórios também contribui para o agravamento da síndrome metabólica nesses pacientes, apontando falhas na implementação de intervenções preconizadas pelo Ministério da Saúde.

Com base nesses resultados, os pesquisadores decidiram criar um projeto de extensão para levar educação em saúde aos ambulatórios participantes da pesquisa. A ideia é corrigir as falhas detectadas e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população com HIV. Além disso, o projeto tem contribuído para a formação de estudantes, abrindo novas possibilidades de atuação e pesquisa em suas áreas de estudo.

Os dados estratificados da pesquisa revelaram que mulheres e idosos com HIV apresentam maior suscetibilidade à síndrome metabólica, e que, independentemente do gênero e idade, os pacientes com HIV apresentam prevalência de baixos níveis de HDL. Os resultados parciais foram apresentados em congressos da área de saúde, evidenciando a relevância e impacto do estudo.

Assim, a pesquisa realizada por esses pesquisadores de Alagoas não apenas identificou fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis em pacientes com HIV, mas também apontou caminhos para a melhoria do atendimento e qualidade de vida dessas pessoas. O estudo representa um importante passo no avanço do conhecimento científico e na busca por soluções eficazes para o cuidado com pacientes portadores do vírus HIV.

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