UFAL – Museu Théo Brandão e CNFCP Digitalizam Acervo Fonográfico para Preservar Cultura Popular Alagoana



O Museu Théo Brandão (MTB), sob a direção da museóloga Hildênia Oliveira, está vivendo um momento transformador com a implementação de um projeto inovador em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) para digitalizar seu acervo de fitas cassete. Esta iniciativa é pioneira e trará um novo patamar de acessibilidade e conhecimento ao acervo, permitindo que o material seja finalmente compartilhado com o público, trazendo à tona novas ideias e potencializando pesquisas acadêmicas.

O projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e envolve a colaboração de renomadas instituições, incluindo, além do CNFCP, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Hildênia Oliveira destaca que as fitas a serem digitalizadas provêm principalmente do acervo pessoal do médico e folclorista Théo Brandão, figura de grande importância na cultura alagoana. Algumas dessas gravações são de autoria do próprio “doutor Théo”, apelido carinhoso que reflete a estima dos pesquisadores por ele.

Para o professor Wagner Chaves, do Departamento de Antropologia da UFRJ, o projeto é fundamental para a preservação da memória cultural alagoana. O acervo phonográfico, enfatiza Chaves, não deve ser destinado apenas a acadêmicos, mas deve ser acessível ao público em geral, especialmente ao povo alagoano. As fitas contêm registros preciosos de manifestações culturais como o coco de roda, o reisado, o guerreiro, e cânticos de religiões de matriz africana, que são vitais para a identidade cultural local. Além disso, podem inspirar novas criações entre os grupos populares documentados nas gravações.

Chaves também observa que o CNFCP atua como guardião de parte deste acervo desde 1979, quando foi enviado pelo próprio Théo Brandão. Assim, o acesso digital a este material é comparado a completar um quebra-cabeça cultural, um avanço significativo para a coletividade.

O reitor da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo, reforça a importância do projeto, destacando que ele não apenas preserva e resgata formas de cultura, mas também oferece oportunidades econômicas. Destaca que o MTB é um dos poucos museus brasileiros focados na arte local, e que essa parceria pode beneficiar economicamente os artistas e profissionais culturais de Alagoas. Tonholo conclui enfatizando que o impacto da iniciativa transcende a ciência, afetando positivamente a economia, a pesquisa, e sobretudo, a arte e a cultura locais.

Este esforço conjunto representa uma sinergia notável entre instituições e comunidade, almejando não só a perpetuação de tradições culturais, mas também a valorização e reconhecimento do patrimônio cultural alagoano em um cenário mais amplo.

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