O artigo, escrito em inglês, tem como título traduzido “Naufrágios históricos em águas internacionais contribuem para a poluição costeira” e é assinado pelos professores-pesquisadores Luis Ernesto Bezerra, Carlos Eduardo Teixeira, Rivelino Cavalcante e Marcelo Soares, da Universidade Federal do Ceará, além do próprio Cláudio Sampaio. O estudo aborda os impactos ambientais e os riscos enfrentados pela frota artesanal que atua na costa brasileira devido à presença de fardos de borracha, a maioria proveniente de um naufrágio nazista da Segunda Guerra Mundial.
Com simulações numéricas, os pesquisadores conseguiram vincular os fardos de borracha encontrados em 2021 à carga do navio alemão Weserland, afundado há mais de 80 anos em uma profundidade de aproximadamente 5 mil metros. Esses fardos, que também continham estanho e wolframita, mineral utilizado na produção de tungstênio, foram vazados de maneira não autorizada, provocando uma série de eventos ao longo da costa brasileira e até mesmo em países vizinhos, como Uruguai.
A descoberta de fardos de borracha com uma aparência distinta daqueles encontrados em 2018 levantou ainda mais questões sobre o transporte desses objetos pelas correntes oceânicas, chegando até as praias do litoral nordestino. O interesse comercial gerado por essas cargas submersas em águas profundas despertou a atenção de empresas de resgate, aumentando o debate sobre a regulamentação desse tipo de atividade em águas internacionais.
Diante disso, a pesquisa realizada pelos professores envolvidos nesse estudo reforça a importância de monitorar e regulamentar resgates de naufrágios históricos, visando a preservação dos oceanos e a prevenção de futuros eventos de poluição costeira. A complexidade do tema abordado nesse artigo certamente contribui para o avanço do conhecimento científico na área ambiental e estimula a reflexão sobre a proteção dos ecossistemas marinhos em escala global.