UFAL – “Dia da Mulher Negra: Conquistas e Resistência Celebradas com Eventos e Reflexões”



“Quando disser que vi Deus, ela é uma mulher preta…” Assim começa a poderosa canção “Mãe” de Emicida, exaltando a força e o poder das mulheres negras. Nesta quinta-feira, 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma data que convida à reflexão sobre os desafios e conquistas dessas mulheres na sociedade. Esse dia, instituído há 32 anos no 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado na República Dominicana, visa denunciar e discutir as opressões, o racismo e o machismo que mulheres negras enfrentam cotidianamente.

No Brasil, essa data também é reconhecida como o Dia Nacional de Tereza de Benguela, celebrado desde 2014 em homenagem à líder quilombola do século XVIII. Tereza de Benguela liderou o Quilombo Quariterê e resistiu à escravidão por mais de duas décadas, tornando-se um símbolo de resistência e força para a comunidade negra.

Regla Toujaguez, cubana e engenheira geóloga, destaca a importância dessa data. Atualmente, ela faz parte do corpo docente da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e coordena o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi). Para Regla, a data não só denuncia a violência e as injustiças históricas, mas também celebra as conquistas e progresso das mulheres negras ao longo dos anos. “Figuras como Tereza de Benguela lutaram para que hoje as mulheres negras tenham a oportunidade de ser o que quiserem. Isso significa muito para mim,” afirmou Toujaguez.

Para marcar a data, a Ufal, em parceria com outras instituições, organiza o evento “Pretas nas Ciências” que ocorrerá na próxima segunda-feira (29) no auditório Oscar Sátiro, no Campus Maceió do Ifal. O evento, parte da programação do Julho das Pretas, é gratuito e aberto ao público em geral.

A Universidade Federal de Alagoas também sublinha seu papel crucial na inserção de mulheres negras na pesquisa, ensino e extensão, por meio de ações afirmativas e o trabalho do Neabi. Além de Regla, o núcleo é composto por Rosa Correia e Marli Araújo, todas dedicadas a promover e preservar a herança cultural afro-brasileira na academia.

No movimento negro, figuras como Zezé Motta desempenham um papel significativo. A atriz e cantora participou do I Simpósio Nacional sobre o Quilombo dos Palmares em 1981, discutindo a situação dos negros no Brasil e o papel das mulheres negras na sociedade. Zezé retornará a Alagoas nesta sexta-feira (26) para um show especial no teatro Gustavo Leite.

A comemoração do Dia Internacional da Mulher Negra e os eventos associados são oportunidades para reconhecer e valorizar a força, resiliência e conquistas das mulheres negras, oferecendo uma plataforma para continuar suas lutas por equidade e justiça.

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