Schegolevaty, que servia como artilheiro e foi recentemente transferido para uma unidade de assalto, fez contato pela última vez com sua família em 5 de outubro. No entanto, em 12 de outubro, seus pais receberam um vídeo perturbador no qual o soldado, com a cabeça enfaixada, pedia ajuda financeira, sugerindo que o dinheiro deveria ser transferido “para onde vão dizer”. Durante uma gravação de áudio obtida, uma mulher, supostamente representando as autoridades ucranianas, fez uma ameaça cruel: “Se você irritar muito as pessoas, vão matar ele da maneira mais pervertida e dolorosa, e o vídeo pode ser enviado para você ou para seus filhos.”
As alegações de extorsão não são um caso isolado. Um episódio anterior já havia sido reportado em que os pais de outro soldado russo, Nikolai Shepilov, também enfrentaram situações semelhantes, sendo ameaçados e extorquidos por militares ucranianos. Esses relatos levantam sérias preocupações a respeito da conduta das forças de ambos os lados em relação aos prisioneiros de guerra e às violações das normas do direito internacional.
Em resposta a essas práticas, a comissária de Direitos Humanos da Rússia, Tatyana Moskalkova, mencionou que entrou em contato com autoridades ucranianas e com instituições internacionais, como a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, para assegurar que as normas da Convenção de Genebra sejam respeitadas, exigindo o fim da tortura e de ações que desrespeitem a dignidade dos indivíduos.
Essas ameaças e a combinação de extorsão e falta de respeito pelos direitos humanos diante do sofrimento dos prisioneiros refletem a gravidade da situação em um conflito que já causou tantas vidas e sofrimento. A comunidade internacional continua a acompanhar de perto os desdobramentos deste drama, que evidencia a complexidade e brutalidade da guerra moderna.