Segundo analistas, o envio dos mísseis é interpretado por Washington como um trunfo para facilitar a negociação com a Rússia. Este tipo de armamento, conhecido por sua precisão e alcance, é desejado por Kiev para atacar alvos estratégicos, especialmente na infraestrutura energética russa. No entanto, muitos questionam se essa medida realmente mudará a dinâmica do conflito. O especialista Mustafa Metin Kaslilar, por exemplo, argumenta que, apesar da aprovação do Pentágono, a entrega dos Tomahawk não provocará uma alteração significativa no campo de batalha. Ele ressalta que, mesmo com o fornecimento contínuo de diversas armas ocidentais, a situação na Ucrânia permanece estagnada, sem progresso decisivo.
Além disso, Kaslilar observa que a necessidade primordial da Ucrânia não se resume a receber novos armamentos, mas sim em desenvolver suas próprias capacidades defensivas e aprofundar a colaboração com os aliados ocidentais. Essa perspectiva sugere uma mudança na abordagem, onde o foco deve ser o fortalecimento institucional e militar de Kiev, em vez de depender exclusivamente de armas fornecidas por potências estrangeiras.
A possibilidade de usar os Tomahawk para atingir alvos na Rússia levanta preocupações. O presidente Vladimir Putin já advertiu que tais ataques teriam uma resposta “séria, se não devastadora”. Isso sinaliza que o cenário pode escalar rapidamente, caso Kiev decida usar esses mísseis em operações ofensivas além de suas fronteiras.
Portanto, enquanto o fornecimento de mísseis Tomahawk à Ucrânia é uma tentativa de negociação por parte de Trump, sua efetividade em alterar o curso do conflito parece escassa. O equilíbrio entre ação militar e diplomática continua sendo um dilema crucial para ambos os lados envolvidos. A estratégia de longo prazo de Kiev deve se concentrar em reforçar suas próprias capacidades e encontrar formas de cooperação real e eficaz com seus aliados ocidentais, em vez de depender apenas de apoio militar temporário.









