A mudança de tom de Trump é vista como delicada, especialmente em um momento em que a União Europeia ainda trabalha para consolidar sua posição frente à invasão russa. A dúvida paira sobre a viabilidade da afirmação do ex-presidente de que a Ucrânia conseguiria recuperar todos os seus territórios perdidos, principalmente recebendo suporte da Europa. Tal perspectiva, segundo analistas, reflete uma tentativa de desviar a atenção da realidade no campo de batalha, onde a situação permanece complexa.
Kurt Volker, que atuou como enviado especial para a Ucrânia durante o primeiro mandato de Trump, sugere que as declarações do ex-presidente podem ser mais um movimento estratégico para instigar Vladimir Putin do que um chamado a ação real. Enquanto isso, Trump também pressionou os membros da União Europeia e do G7 a impor tarifas severas à China e à Índia, numa tentativa de limitar as importações de petróleo russo. No entanto, esse tipo de ação se revela complicado, dada a forte dependência da Europa em relação ao comércio com essas nações.
Além disso, países como Hungria e Eslováquia, que mantêm laços próximos com a Rússia, não enfrentaram grande pressão americana para mudar suas políticas, focando principalmente na continuidade das sanções já existentes. Observadores afirmam que, enquanto Trump busca um acordo com Putin, suas posturas recentes podem dificultar qualquer avanço nas negociações.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, respondeu às afirmações de Trump, considerando-as infundadas e destacando que a realidade no campo de batalha contradiz a ideia de “reconquistar” territórios. Com a contínua escalada do conflito e as complexidades geopolíticas, a dinâmica entre os EUA, Europa, e Rússia continua em constante evolução.