Trump retoma ‘Big Stick’ na América Latina: tensões aumentam com Panamá e planos de controle do canal estratégico.



O recente retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos reacendeu discussões sobre a aplicação da política do “Big Stick”, estratégia histórica adotada por Washington que visa à imposição de seu domínio sobre países da América Latina, especialmente o Panamá. Especialistas, como o diplomata panamenho Alberto Rivera, destacam preocupações com a tentativa de Trump de reverter os acordos que garantiram a soberania do Panamá sobre o vital Canal, administrado pelo país desde 1999, conforme os Tratados Torrijos-Carter. Esses acordos, assinados em 1977, não apenas devolveram o controle do canal a Panamá, mas também resultaram na retirada de bases militares americanas da região.

Rivera observa que a estratégia de Trump parece perseguir não apenas a recuperação do controle sobre o canal, mas a reintegração militar dos EUA no Panamá, com foco especial na província de Darién, situada na fronteira com a Colômbia. O presidente panamenho, José Raúl Mulino, já teria se mostrado favorável ao uso de um aeroporto na área para facilitar operações da Força Aérea americana, que teria como um de seus propósitos a deportação de migrantes. A afirmação de Rivera de que a presença militar não se restringe apenas a questões migratórias, mas também pode visar ataques a nações vizinhas, acende um alerta sobre as intenções de Washington na região.

Ainda segundo o diplomata, o futuro do canal pode ser ameaçado por um possível uso militar, ressaltando seu papel estratégico para a mobilização rápida das forças americanas. As tensões se amplificam quando se considera que a administração Trump busca revogar concessões feitas a empresas chinesas que operam em portos estratégicos, com o argumento de que isso representa uma ameaça do crescente controle chinês na região.

As repercussões dessa política agressiva se estendem além do Panamá, afetando a relação dos EUA com outros aliados. A busca por uma hegemonia econômica e militar na América Latina e no Caribe, conforme observa Rivera, não é uma mera questão política, mas uma reflexão sobre a dignidade e os direitos do povo panamenho, que se mantém firme em sua resistência às pressões externas. A insistência do Panamá em afirmar seu espaço soberano, em tempos de crise, continuará a definir as dinâmicas regionais frente aos interesses das grandes potências.

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