As tarifas são vistas como parte de uma estratégia mais ampla que, segundo Trump, visa beneficiar os produtores norte-americanos, especialmente em um contexto no qual o governo tem confrontado o comércio exterior. Desde suas campanhas presidenciais anteriores, Trump tem polarizado a relação comercial com os dois países vizinhos, chegando a sugerir que o Canadá poderia se tornar o 51º estado dos EUA, uma provocação que gerou reações adversas em Ottawa.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, não hesitou em responder à nova ameaça. Em recente declaração, ele afirmou que o Canadá estava preparado para contrarrestar qualquer tarifa imposta pelos Estados Unidos, reiterando que o país tem a capacidade de impor suas próprias taxas sobre produtos americanos. A retaliação de Trudeau alimenta um clima de tensão entre as nações, que já experimentaram disputas comerciais anteriormente.
No âmbito das montadoras, a General Motors (GM) também demonstrou preocupação com as potenciais tarifas. A CEO da empresa, Mary Teresa Barra, indicou que a GM pode considerar transferir parte de sua produção do México para os EUA se as tarifas forem implementadas. A montadora, que já produziu mais de 720 mil veículos no México em 2023, tem seu futuro atrelado a essa decisão, considerando que o setor automotivo é um dos pilares da economia mexicana, gerando mais de US$ 600 bilhões em receitas no ano passado.
A situação atual, portanto, não se limita apenas a uma negociação entre países. O desenrolar das tarifas pode afetar diretamente os trabalhadores e as economias locais, enquanto as montadoras buscam maneiras de se adaptar às novas circunstâncias. O ambiente econômico da América do Norte está cada vez mais sob investigação, com analistas observando de perto os possíveis desdobramentos de uma nova guerra comercial que posto em risco a estabilidade da região. Assim, o que poderia ser uma simples mudança tarifária está se moldando em um debate muito mais amplo sobre o futuro das relações comerciais e a economia na América do Norte.