A proposta consiste em elevar a alíquota de imposto sobre a renda de 37% para 36,9% para os super-ricos, uma alteração que, se aprovada, poderia possibilitar cortes de impostos para a classe média e a proteção do Medicaid, o programa de saúde destinado a famílias de baixa renda. As conversas sobre essa proposta já foram iniciadas com congressistas republicanos e há expectativas de que um novo pacote fiscal seja aprovado ainda este ano.
Caso seja implementada, esta medida representaria um desvio significativo da norma entre os presidentes republicanos, que geralmente buscam reduzir os impostos para os mais abastados. Entretanto, a proposta já enfrenta resistência de setores conservadores da sociedade americana. O grupo Americans for Tax Reform, por exemplo, considera que essa ideia se assemelha à plataforma da candidata democrata Kamala Harris, que não obteve sucesso nas eleições.
Paralelamente, no Brasil, discute-se uma proposta semelhante, encaminhada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa iniciativa visa isentar o Imposto de Renda para aqueles que ganham até R$ 5 mil mensais e oferece descontos para quem está na faixa entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. A proposta brasileira busca compensar a perda de arrecadação por meio do aumento de impostos sobre os que recebem acima de R$ 50 mil, impactando apenas uma fração dos contribuintes.
Essas movimentações em Estados Unidos e Brasil evidenciam um debate crescente sobre a justiça fiscal e a necessidade de proteger as classes médias em meio a crescentes desigualdades econômicas. A resposta dos legisladores e da população a essas propostas poderá definir os rumos das políticas fiscais nos próximos anos em cada país.