Trump argumenta que a nova estrutura tributária não apenas beneficiaria a classe média, como também proporcionaria os recursos necessários para proteger o Medicaid, o programa de saúde destinado a famílias de baixa renda. As primeiras conversas com membros do Congresso, especialmente dentro do partido republicano, já estão em andamento, com a expectativa de que essa reforma fiscal possa ser aprovada ainda neste ano.
Essa proposta é notável, pois rompe com a tradição de cortes de impostos promovidos por presidentes republicanos, que normalmente favorecem os mais ricos. A resistência a essa ideia já se faz sentir entre grupos conservadores, como o Americans for Tax Reform, que a veem como uma posição similar à defendida por Kamala Harris, ex-candidata democrata que não obteve sucesso nas eleições.
Paralelamente, no Brasil, um projeto de lei do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca isentar o Imposto de Renda (IR) de quem recebe até R$ 5 mil mensais, além de conceder descontos a quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. A proposta brasileira visa compensar a redução na arrecadação tributária aumentando a carga sobre os que ganham acima de R$ 50 mil mensais, ou seja, cerca de 0,13% dos contribuintes, que atualmente enfrentam uma taxa mínima de 10%. Curiosamente, isso resultou em uma alíquota média de apenas 2,54% para os extremamente ricos.
Essas iniciativas demonstram um movimento em direções opostas no espectro político, mas com um objetivo comum: aliviar a carga tributária sobre a classe média enquanto se busca uma maior justiça fiscal na distribuição de impostos entre os mais abastados. Se bem-sucedidos, tanto os Estados Unidos quanto o Brasil poderão redefinir suas políticas fiscais para atender melhor às necessidades de suas populações em um cenário econômico desafiador.