Fidan ressaltou que Trump está sendo cauteloso na formação de sua nova equipe administrativa com o intuito de não repetir os erros do passado. A administração atual, sob o presidente Joe Biden, tem demonstrado preocupação em evitar um cenário semelhante ao da retirada das tropas dos EUA do Afeganistão, que terminou em um colapso caótico. Agora, com uma nova configuração política liderada pelos republicanos, as perspectivas parecem propensas a uma “decisão positiva” em relação ao futuro das forças na Síria.
Atualmente, os militares norte-americanos estão inseridos em uma área controlada pelas chamadas Forças Democráticas da Síria (SDF), compostas em grande parte por curdos. Esses grupos têm um papel significativo em uma região que é historicamente conhecida como Curdistão, abarcando partes da Turquia, Irã, Iraque e Síria. A presença militar dos EUA na Síria se justifica pela luta contra o terrorismo e grupos extremistas, no entanto, a legalidade dessa presença é contestada por Damasco, que a classifica como ocupação e pirataria estatal, alegando que os EUA estariam explorando recursos naturais da região.
Além disso, o governo sírio fustiga a presença turca nas áreas fronteiriças, onde o exército turco realiza operações contra os curdos. A complexidade do cenário geopolítico na Síria, marcada por rivalidades étnicas, interesses nacionais e riquezas naturais, como os campos de petróleo do nordeste do país, exige uma análise cuidadosa das ações dos EUA e a abordagem de Trump, caso retorne ao poder. O debate sobre a continuidade ou finalização da presença militar na Síria permanece um dos muitos desafios que a nova administração enfrentará em um Oriente Médio ainda conturbado.